Cotidiano

Amsop completa 50 anos como um das mais atuantes do Paraná

Francisco Beltrão – Criada para que os municípios tivessem mais atenção de outras esferas de governo, a Amsop (Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná) completa nesta sexta-feira seus 50 anos de fundação. Nessas cinco décadas, a entidade acompanhou e participou da evolução do sudoeste, tanto em pautas diretamente ligadas à melhoria do poder público quanto às de desenvolvimento regional. Hoje a entidade representa 42 municípios e se consolida como uma das mais atuantes da região e em seu segmento no Paraná.

A criação da associação aconteceu de maneira bem informal, em 1968: após a inauguração da usina Julio de Mesquita Filho, em Dois Vizinhos, os prefeitos presentes no evento não foram convidados para o almoço oficial com as autoridades e resolveram se organizar para ter mais consideração e vez em suas reivindicações.

“Naquela época os prefeitos não tinham muita atenção; então tivemos que ir almoçar em um sítio de um conhecido e aí resolvemos criar uma associação para que pudéssemos ter mais voz, sermos mais respeitados e fortalecer nossas cidades”, conta Jaime Guzzo, então prefeito de Dois Vizinhos e primeiro presidente da Amsop.

Primeira luta

A principal prioridade da Amsop naquele tempo era trazer o sinal de TV para o sudoeste, algo que se concretizou alguns anos depois através do trabalho em conjunto dos prefeitos dentro da entidade. Inicialmente a Amsop funcionou de maneira provisória na Prefeitura de Francisco Beltrão, depois se tornou itinerante – ia para o município de seu presidente – até que em 1983 teve sua primeira sede própria tirada do papel.

“A sede foi um marco porque permitiu ter um local de encontro, de discussões e reuniões entre os prefeitos e as lideranças, algo que até então era difícil de se fazer”, explica o ex-prefeito de Francisco Beltrão João Arruda, que presidiu a entidade na década de 80.

De lá para cá, com outras entidades, a Amsop encabeçou e participou de conquistas como a ampliação da telefonia celular, a vinda da Embrapa e do Samu, a organização dos consórcios de saúde, a criação de um novo Batalhão da Polícia Militar e dos cursos de Medicina na Unioeste e na Fadep.

Legenda Foto1: Em sua história, a Amsop teve duas sedes fixas em Beltrão; antes funcionava provisoriamente nos municípios de seu presidente

Alinhada com a sociedade

A Amsop se tornou hoje o principal fórum de debates de assuntos relacionados ao sudoeste e seu desenvolvimento, tudo feito a partir da organização de prefeitos com outros setores (entidades, federações e governos), além de ter voltado seu foco para a profissionalização do setor público.

“Nós continuamos existindo porque a Amsop sempre esteve antenada com aquilo que a sociedade pensava e acompanhou todo o processo de evolução da administração pública. Para se ter uma ideia, antigamente a entidade brigava por questões que hoje são básicas, como telefonia, estradas e ensino superior. Hoje as pautas são outras – modernização de estradas, ampliação de universidades, cidades digitais, aeroporto, um hospital público para a microrregião de Beltrão – e isso evidencia a necessidade de estarmos alinhados com a população”, afirma o presidente Moacir Fiamoncini.

Livro conta a história de meio século da associação

Para celebrar o ano do cinquentenário, a entidade está planejando a elaboração de um resgate histórico que deve se transformar em livro. Além disso, 2018 também terá a elaboração da Carta do Sudoeste, documento produzido em conjunto com outras instituições da região e entregue aos candidatos ao governo do Estado.

E, apesar de se adequar e se preparar para o futuro – a entidade passa por um processo de melhoria da transparência e de seus processos -, a Amsop quer manter a essência e os exemplos do passado.

“Acredito que o maior legado da entidade não seja algo material, mas sim o exemplo de que quando as pessoas que mesmo sendo de diferentes orientações partidárias – como é o caso dos prefeitos – sentam para dialogar e chegam a um consenso sobre o que fazer e como fazer as coisas acontecem”, acrescenta o presidente Moacir Fiamoncini.