Cotidiano

Agenda comercial ocupa lugar de destaque no começo de mandato Trump

Trump RIO – Tema central de sua campanha, a agenda comercial ocupa papel de destaque neste início de mandato do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na próxima sexta-feira, vai receber na Casa Branca a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, como primeira líder mundial. No encontro, deve-se começar a discutir os planos de um acordo de comércio que passe a vigorar logo após o Brexit, quando o Reino Unido oficialmente deixar o Reino Unido.

Neste domingo, o presidente americano, Donald Trump, afirmou que planeja conversar em breve com os líderes de México e Canadá para começar a renegociar o Nafta, sigla em inglês para Acordo de Livre Comércio da América do Norte. A reunião com o mexicano Enrique Peña Nieto está marcada para 31 de janeiro. Ao mesmo tempo,

As ações apontam o política comercial prometida durante a campanha presidencial, com tom protecionista que foi reforçado já no discurso de posse. O lema ?América Primeiro? foi parte de suas primeiras declarações como presidente, ao mesmo tempo em que a prioridade para os trabalhadores americanos foi destacada.

?A partir deste momento, será América Primeiro. Toda decisão em comércio, em impostos, em imigração, em temas externos, será tomada para beneficiar os trabalhadores americanos e as famílias americanas. Precisamos proteger nossas fronteiras da desolação de outros países produzirem nossos produtos, roubarem nossas companhias e destruírem nossos empregos. Proteção vai levar a maior prosperidade e força?, afirmou Trump em seu discurso de posse.

Com os vizinhos México e Canadá, o foco deve ser a renegociação do Nafta (Tratado de Livre Comércio das Américas), projeto tratado com destaque durante a campanha. A ideia é que os novos termos do acordo possam garantir condições mais favoráveis aos EUA.

O encontro com Peña Nieto está marcado ainda para janeiro, enquanto no caso do Canadá a data ainda precisa ser confirmada, embora funcionários do governo informem que isso deve ocorrer em breve. Segundo o ?Wall Street Journal?, um porta-voz do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, chamou atenção para a ?profundidade? das relações entre EUA e Canadá e disse que os dois líderes devem se encontrar logo.

O Nafta, em vigor desde janeiro de 1994, reúne em uma ampla área de livre-comércio Estados Unidos, México e Canadá, e foi um dos principais alvos da campanha eleitoral de Donald Trump, que o considera causador de um êxodo de empregos americanos para o México.

O novo governo, republicano, alertou que se os sócios se opuserem a uma negociação “que possibilite aos trabalhadores um acordo igualitário”, os Estados Unidos irão abandonar o Nafta.

Segundo o estatuto do Tratado, uma das partes pode notificar as outras sobre sua intenção de se retirar, momento em que se abre um período de 180 dias para o início de novas negociações. Se não houver um novo acordo, o antigo é dissolvido.

PARCERIA TRANSATLÂNTICA

Se entre os vizinhos o foco é a renegociação do Nafta, do outro lado do Atlântico Trump está de olho numa parceria com o Reino Unido. O país está no meio de suas negociações para a saída da União Europeia e também pode se beneficiar de regras mais fáceis para o comércio com os EUA no momento em que deve enfrentar restrições para a troca comercial com os demais países europeus.

A primeira-ministra britânica Theresa May deve ser a primeira líder mundial recebida oficialmente por Trump na Casa Branca. Segundo o jornal britânico ?The Telegraph?, o acordo deve incluir não apenas redução de tarifas para as trocas comerciais, mas também condições facilitadas para o intercâmbio de trabalhadores e britânicos.