Cotidiano

A pedido da Câmara, TCU suspende decisão que abriria brecha a gastos

BRASÍLIA – O Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu a execução do acórdão que decidiu que a contratação de trabalhadores via Organizações Sociais (OSs) não deve ser considerada nos cálculos do limite de despesa com pessoal pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A decisão foi suspensa por consequência de um recurso apresentado pela Câmara dos Deputados.

Após a votação do acórdão em setembro, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse ao GLOBO se tratar de um fato ?gravíssimo?, porque entendia que o TCU havia legislado sobre tema da própria LRF. Maia temia o surgimento da discussão exatamente em um período de discussão sobre apertos de gastos.

Na quinta-feira, a Câmara apresentou embargos de declaração, solicitando esclarecimento sobre a decisão. Até a liberação do relator do tema, porém, ministro Bruno Dantas, o conteúdo fica em sigilo e restrito aos envolvidos.

No dia 21 de setembro, os ministros do TCU acompanharam por unanimidade o relatório de Dantas que entendia que os contratos de fornecimento de mão de obra via OSs para segurança, saúde e educação não são obrigatórios para cálculo dos limites da LRF.

Porém, nem mesmo os governadores tinham convicção sobre o resultado da decisão. Ouvido na ocasião, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg foi favorável ao acórdão do TCU e comemorou suas implicações. Já a secretária de Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão, foi contra a exclusão desses funcionários dos limites da LRF.

Maia dissera ao GLOBO que a decisão do TCU poderia levar ao descontrole completo das contas públicas.