Agronegócio

Meteorologistas alertam para El Niño nos próximos meses

Os escritórios de meteorologia dos Estados Unidos e do Japão revisaram suas previsões para ocorrência do El Niño com números similares. O Centro de Previsão Climática (CPC, na sigla em inglês) prevê 60% de chances de o fenômeno emergir no outono e 70% de se estender durante o inverno. O período corresponderia à primavera e ao verão no hemisfério sul, portanto, no Brasil.

"Por conta da consistência das previsões e do esperado ressurgimento eventual das anomalias de vento de baixa altitude, os meteorologistas ainda favorecem o surgimento do El Niño nos próximos meses", disse em nota o CPC, que é o escritório metrológico do NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional).

No último mês, o centro de meteorologia estimou chances de 65% de o El Niño chegar durante a primavera e 70% durante o verão de 2018/19 por aqui. Os números ficaram quase inalterados. Mês que vem, quando começa a primavera, o Brasil deve estar iniciando o plantio da safra de grãos 2018/19.

A Agência Meteorológica do Japão trouxe números parecidos com o escritório americano em sua atualização do fenômeno, com chances de 60% de ocorrência de El Niño no outono do hemisfério norte, de setembro a novembro de 2018. A previsão é de 70% de padrões climáticos normais durante a temporada de verão, sem um La Niña ou El Niño.

Aquecimento

O último fenômeno de El Niño – que é caracterizado pelo aquecimento das águas da superfície do oceano pacífico e a atmosfera reage – ocorreu em 2015 e 2016 e causou danos às lavouras de cacau, chá e café em diversos países, incêndios e inundações repentinas. Aquele foi o inverno mais quente já registrado nos Estados Unidos.

Na América do Sul, áreas do Brasil podem ficar mais secas em algumas áreas, principalmente no Centro-Norte e mais úmidas no Sul, enquanto na Argentina pode ter mais chuvas.

Um mapa de anomalias de precipitação do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) para o trimestre (agosto, setembro e outubro), revela a tendência de chuva dentro da normalidade ou ligeiramente abaixo do normal em grande parte do Centro-Oeste, acompanhado de temperaturas médias acima do normal climatológica.