O início da nova estação do ano, o Outono, que começou nesta segunda-feira (20) e segue até o dia 21 de junho, acaba trazendo características bastante importantes para o desenvolvimento das culturas que estão no solo e que precisam de um clima típico da estação para o seu desenvolvimento. Depois de um verão bastante chuvoso, no Oeste e em todo o Paraná, o outono chega “renovando as expectativas” e mudando o clima, que passa a ser mais frio e com menos chuvas, além de possibilidade de geadas.
De acordo com o diretor do Deral (Departamento de Economia Rural) da Seab Paraná, Marcelo Garrido, as chuvas do verão acabaram refletindo no atraso da colheita da soja, que este ano está na casa dos 48% em todo o Estado, sendo que no mesmo período do ano passado, estava em pelo menos 68%. Por outro lado, as chuvas contribuíram para aumento da produtividade que está estimada em 3.630 quilos por hectare. O Paraná tem um total de 5,7 milhões de hectares plantado, sendo mais de 1 milhão fica nas regionais de Cascavel e de Toledo.
O atraso na colheita também está refletindo no plantio da segunda safra do milho, que deve melhorar a partir de agora com a chegada da nova estação, que tem uma expectativa de ser mais próxima das características da estação. “Tivemos alguns problemas pontuais, mas no geral, as chuvas acabaram contribuindo para a produtividade, não apenas da soja, mas também do milho”, explicou Garrido.
“Neutralidade”
O agrometeorologista e professor da Unioeste, Reginaldo Ferreira, salientou que a nova estação inicia em um período de neutralidade, após cerca de 3 anos com o La Niña o que reflete em uma possibilidade de um outono – e depois um inverno – mais tradicional. Na Região Oeste, a previsão é que as chuvas continuem, mas de forma mais regular a partir de agora.
Para o meteorologista do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), Samuel Braun, a expectativa é de ter chuvas e temperaturas mais próximas da média. “Teremos o ingresso de ondas de frio, a partir de maio, ondas mais intensas e geadas nos locais mais altos, e junho com onda de frio em todo estado e geada, além dos tradicionais nevoeiros”, falou.
580 milímetros
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De acordo com dados da Sanepar, em Cascavel, de 21 de dezembro de 2022 até último dia 9 de março, choveu um total de 580 milímetros, sendo que 357 mm foram apenas no mês de fevereiro. No verão passado, as chuvas totalizaram 506 mm, mas o que chama a atenção é que em fevereiro do ano passado foram apenas 45 mm, ou seja, em 2023 choveu 312 mm a mais.
Ainda de acordo com o Simepar, neste outono a expectativa é que as manhãs e noites tornam-se gradativamente mais frias, sendo que a temperatura média do ar tende a ficar dentro da normal climatológica da estação, porém, também estão previstas variações bruscas.
Maio mantém a tendência de ser o mês mais chuvoso, pois a direção predominante do vento médio do sul para o norte do continente favorece a entrada de sistemas de alta pressão atmosférica. Os maiores volumes de chuva ocorrem habitualmente nas regiões Oeste e no Sudoeste.
Alerta Geada
Na primeira semana de maio, entra em operação o serviço Alerta Geada, desenvolvido pelo IDR-Paraná e Simepar. São divulgadas as previsões de geadas e recomendações para proteção dos viveiros e lavouras cafeeiras recém-plantadas. Os informes abrangem todas as regiões do Paraná por categorias de intensidade de geada: fraca, moderada ou forte. As mensagens são disseminadas por celular e e-mail para usuários cadastrados, com antecedência de 72, 48 e 24 horas.
Além disso, o site do Simepar traz informações atualizadas sobre as condições do tempo no quadro Palavra do Meteorologista. Pode ser consultada a previsão para até quinze dias por município e região do Paraná. Também podem ser visualizadas imagens de satélite, radar, raios, modelo numérico e telemetria (temperaturas e chuvas).
Foto: AEN
