O retorno às aulas presenciais na rede pública estadual, a partir de 10 de maio, dar-se-á inicialmente em cerca 200 escolas, de diferentes regiões do Paraná. O quantitativo corresponde a aproximadamente 10% das unidades pertencentes à Secretaria de Estado da Educação e do Esporte. O anúncio foi feito pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior nessa terça-feira (4), em entrevista à imprensa. A listagem das escolas será divulgada ainda nesta semana.
As atividades dentro das escolas estão suspensas desde março do ano passado. A retomada vai ocorrer paralelamente à vacinação dos profissionais da Educação, programada para começar nos próximos dias.
O governo do Estado distribui nesta quarta-feira (5) 32.760 doses da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz voltadas exclusivamente para esse público. Segundo estimativa da Secretaria de Estado da Saúde, outros 8 mil trabalhadores já foram imunizados por integrarem o grupo prioritário do Plano Estadual de Vacinação, de pessoas com mais de 60 anos. O Plano Estadual de Vacinação prevê 169.057 profissionais nesse grupo.
“A volta dos conteúdos presenciais é fruto do desejo do Estado, de muitos professores, diretores e também de pais de alunos. Estamos em sintonia com os municípios. Inclusive, muitos deles já retomaram as aulas dentro da rede municipal. Além disso, pesquisas mostram que o ambiente escolar não é de alto risco para a propagação da covid-19”, afirmou Ratinho Junior.
Conforme o governador, em cerca de 100 municípios as aulas presenciais da rede municipal já estão ocorrendo.
“Recebemos relatos de muitas crianças que estão sofrendo pressão psicológica, que querem voltar para as salas de aulas. Esse contato diário com colegas e professores é essencial, tem um impacto muito grande no aprendizado. Ainda mais depois de quase um ano e meio sem atividades presenciais”, acrescentou.
Critérios para a volta
O secretário de Estado da Educação, Renato Feder, explicou que há três critérios para a definição de quais colégios terão prioridade para a volta das atividades presenciais. O primeiro é o acompanhamento das cidades onde houve retorno das redes municipais de ensino e do transporte escolar. “Isso facilita a logística, pois temos de pensar em todos os detalhes, como as merendas, por exemplo”, ressaltou.
Além disso, serão priorizadas as instituições de ensino onde há alunos em situação de vulnerabilidade e sem acesso a equipamentos digitais para realizar as atividades remotas. Outro critério é a análise de escolas com maior número de professores fora do grupo de risco.
As Secretarias da Educação e do Esporte e da Saúde fizeram o mapeamento dos locais.
“Os pais ou responsáveis é que vão autorizar o retorno dos alunos às aulas presenciais, com rodízio semanal entre os estudantes. Também vamos respeitar todos os protocolos de saúde elaborados pela Secretaria da Saúde”, comentou Feder.
Modelo híbrido
Nas escolas que reabrirão para atividades presenciais, será adotado o modelo híbrido de ensino, ou seja, parte dos alunos assistirá aulas presencialmente, em sala de aula, enquanto a outra parte acompanhará remotamente – os conteúdos serão transmitidos ao vivo. Para isso, as salas de aula estão equipadas com computadores e internet, possibilitando que os professores interajam com todos os estudantes.
“Por isso, nesse momento, aqueles estudantes que não têm acesso aos mecanismos digitais serão priorizados para o retorno presencial”, explicou o secretário Renato Feder.
Protocolos
As instituições de ensino seguirão um rígido protocolo de segurança. Será garantido o distanciamento de 1,5 metro entre os estudantes e disponibilizado álcool em gel. O uso de máscara de proteção é obrigatório, bem como a aferição de temperatura. As regras valem também para o transporte escolar.
“Isso é importante porque não há mais um limite porcentual de pessoas [nas salas de aula], mas uma adaptação ao tamanho do ambiente. Em espaços maiores serão permitidos mais alunos, em escolas menores, menos alunos. Seguindo sempre a regra de 1,5 metro de distanciamento”, ressaltou o secretário de Saúde, Beto Preto.