Saúde

Nove dias após liberação das máscaras ao ar livre, números da pandemia seguem em queda

Os números de casos, óbitos e internações pela Covid-19 já apresentavam queda significativa quando a medida foi tomada e, agora, mais de uma semana após a liberação, a redução é ainda maior

Movimentacao de pessoas usando mascaras para prevencao do Coronavirus no centro de Curitiba nesta segunda-feira(18). Curitiba - 18/05/2020 - Foto: Geraldo Bubniak/AEN
Movimentacao de pessoas usando mascaras para prevencao do Coronavirus no centro de Curitiba nesta segunda-feira(18). Curitiba - 18/05/2020 - Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Nove dias após a liberação do uso de máscaras em ambientes externos no Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) analisou os números da pandemia para avaliar se o decreto governamental e a resolução da pasta interferiram na curva de contaminados. Neste sábado (26), o Estado completa dez dias sem a obrigatoriedade do uso ao ar livre ou para crianças menores de 12 anos.

Os números de casos, óbitos e internações pela Covid-19 já apresentavam queda significativa quando a medida foi tomada e, agora, mais de uma semana após a liberação, a redução é ainda maior.

A taxa de reprodução eficaz, ou Rt, número médio de contágios causados por cada pessoa infectada, indica a velocidade de contaminação da Covid-19 em cada localidade. Atualmente o Paraná está com 0,92, o que significa que 100 pessoas contaminadas pelo vírus Sars-CoV-2 transmitem, em média, para 92 novas pessoas. Os números são diferentes dos registros de 13 de janeiro, no pico da Ômicron, quando o Paraná atingiu o maior RT desde o início da pandemia, com 1,92.

O Paraná é um dos sete estados com índice abaixo de 1 no Brasil. O número é o menor registro desde 3 de janeiro deste ano. Os dados são do sistema Loft.Science. Segundo a plataforma, “um Rt de 3 – 4 infectará virtualmente toda a população, enquanto um Rt de 1,5 pode ainda alcançar 60% da população. Somente se o Rt for menor do que 1, a epidemia irá diminuir de tamanho até ser eliminada”.

CASOS E ÓBITOS – Com relação aos casos, entre 17 e 25 de março foram registradas 8.616 confirmações da doença e 45 mortes. A média diária de casos neste período é de 957 diagnósticos positivos e cinco óbitos. Considerando os dados de 8 a 16 de março (antes da flexibilização) – 16.899 testes positivaram e 127 óbitos foram confirmados – os números caíram pela metade, 50% com relação aos casos e 64% no número de óbitos.

Somente neste mês, os boletins da Saúde divulgaram 47.025 casos e 334 óbitos. O número de casos é 84% menor do que os registros de fevereiro e 89% inferior na comparação com janeiro. Já com relação aos óbitos, a redução é 71% menor que fevereiro e 41% de janeiro.

Ainda segundo o levantamento, 284 municípios não registraram mortes em decorrência da doença este mês. Destes, 103 não possuem óbitos desde o ano passado. O Paraná está há oito semanas consecutivas com redução de casos e seis consecutivos com óbitos em queda.

LEITOS – O número de internamentos também caiu. No último dia 16, a Regulação de Leitos registrou 518 pacientes internados, 254 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 264 em enfermarias. Naquela ocasião, a Sesa possuía 1.990 leitos preferencias para atendimento à Covid-19. A ocupação destes leitos estava em 36% e 21%, respectivamente.

Agora, o Estado soma 1.287 leitos preferenciais, mas a ocupação reduziu quase 39% em relação a nove dias atrás. Atualmente são 317 pacientes internados, sendo 188 na UTI e 129 em enfermarias. A ocupação nesta sexta-feira (25) é de 33% e 18%, respectivamente. Nesse hiato das novas decisões, por exemplo, Curitiba chegou a ficar 24 horas sem nenhum novo internamento, no dia 23.

MONITORAMENTO – No Paraná, as máscaras devem ser utilizadas para acesso aos espaços ou ambientes fechados localizados em todo o território estadual. Indivíduos que apresentem sintomas da Covid-19 devem usar a máscara em todos os locais. O uso também é mantido como obrigatório em contato com pessoas imunosuprimidas, no acesso e atendimento nas instituições hospitalares por funcionários e para todos os pacientes e visitantes, em instituições de longa permanência e outros ambientes com características que justifiquem sua necessidade.

Para o público infantil, até os 12 anos de idade, o uso da máscara é facultativo em ambientes abertos e fechados, a partir da decisão dos pais ou responsáveis. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) desaconselham o uso do acessório em crianças com idade menor que 6 anos por não conseguirem utilizá-lo de forma adequada sem supervisão.

A Sesa também não recomenda o uso em ambientes fechados para pessoas com transtorno do espectro autista, deficiência intelectual, deficiências sensoriais ou com quaisquer outras particularidades que impeça o uso da máscara de proteção facial adequadamente, conforme declaração médica.

“A equipe técnica da Sesa realiza esse monitoramento diário sobre os dados da pandemia. Graças a essa análise pudemos flexibilizar o uso da máscara e começar a discutir com a sociedade novas estratégias”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. “E vamos continuar esse monitoramento, sem perder de vista a necessidade de ter responsabilidade em locais coletivos e acompanhar o calendário de vacinação”.

AEN