Política

Vereadores querem transporte público com ar-condicionado

Vereadores querem transporte público com ar-condicionado

Pouco tempo após o aumento da tarifa do transporte público, os vereadores de Cascavel iniciam a discussão de uma proposta que tende a mexer no bolso dos passageiros: a implantação de ar-condicionado na frota do transporte coletivo urbano e rural. Jaime Vasatta (Podemos) e Olavo Santos (PHS) elaboraram um projeto de lei – já em tramitação nas comissões permanentes – que obriga que todos os veículos usados pelas concessionárias façam a instalação dos equipamentos. A exigência vale também para o transporte escolar rural.

Os parlamentares definiram inclusive um prazo de três anos para a regularização, a partir da publicação da lei – caso seja aprovada pelo Legislativo e sancionada pelo prefeito Leonaldo Paranhos (PSC). Vale lembrar que, nesse prazo, já terminaram os contratos vigentes.

Estão previstas punições em caso de descumprimento da medida: recolhimento do veículo e proibição da circulação até que seja instalado o ar-condicionado, multa de 50 UFMs (Unidades Fiscais do Município) por autuação e proibição de participar de licitação para serviço de transporte. Vasatta e Santos argumentam que “45% dos motoristas e dos cobradores, conforme a medicina do trabalho, sofrem com a vibração do motor dianteiro e o calor dentro dos ônibus. Quando há ar-condicionado, os trabalhadores enfrentam menores transtornos”. Outra justificativa está no conforto dos passageiros, especialmente devido à superlotação de determinadas linhas.

Custo inviabiliza

A frota usada em Cascavel não tem ar-condicionado e, conforme a Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito), tão cedo o equipamento não deve ser instalado. É que eles elevam o gasto de combustível – o que elevaria a tarifa do transporte público. Só o aparelho custaria entre R$ 50 mil e R$ 70 mil em cada ônibus. Pelo atual contrato, a instalação não é obrigação das empresas – seria arcada pelo poder público ou pelos próprios passageiros. “Seria inviável para a planilha”, diz o presidente da Cettrans, Alsir Pelissaro.

Cascavel teve ar-condicionado nos extintos biarticulados – retirados de circulação em 2011. Porém, conforme Pelissaro, o consumo de combustível era grande: um litro de diesel a cada quilômetro. A média hoje é de três quilômetros por litro. O gasto com manutenção seria alto – com troca de gás e eventuais falhas. A expectativa é que no fim do contrato atual sejam usados ônibus abastecidos com energias renováveis – solar ou biocombustível – o que daria uma possibilidade de instalar o ar-condicionado.

Reportagem: Josimar Bagatoli