Curitiba – A coluna do jornalista Guilherme Voitch, correspondente no Paraná da Revista Veja, divulgou ontem o interesse o ex-chefe de Gabinete de Beto Richa Deonilson Roldo em negociar uma delação premiada. “Ex-chefe de gabinete de Beto Richa, Deonílson Roldo deu o primeiro passo para sua delação premiada. Ele está consultando criminalistas curitibanos com experiência em firmar colaborações com a Justiça na Lava Jato. Ele acompanha Richa desde seu mandato na prefeitura de Curitiba e sempre foi considerado homem forte da gestão tucana”, escreve Guilherme Voitch.
O ex-governador tinha pedido a Deonilson que desse, em 20 dias, explicações sobre o diálogo gravado que travou com executivo de uma empreiteira e em que avisava que o governo já tinha “compromisso” com a Odebrecht. Não se sabe se ele explicou ao governador, mas, preso preventivamente pelo juiz Sergio Moro, o ex-braço-direito de Beto Richa estaria com esperança de ser libertado com tanta rapidez quanto a conseguida por outro delator, o ex-diretor do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) Nelson Leal Jr., que em três meses saiu da cela na Polícia Federal e rumou para casa.
“Roldo está preso no âmbito da investigação sobre repasses feito pela Odebrecht a Richa em troca do direcionamento na licitação da rodovia estadual PR-323. Em conversas com um empreiteiro, divulgadas por Veja em maio, o ex-chefe afirma que o governo tem um ‘compromisso’ com a Odebrecht”, acrescenta, em alusão à 53ª Fase da Lava Jato, a Operação Piloto, deflagrada dia 11 de setembro pelo MPF-PR (Ministério Público Federal do Paraná).
O jornalista conclui: “Por decisão do Superior Tribunal Justiça (STJ), o caso saiu das mãos do juiz Sergio Moro, mas continuará na Justiça Federal sob a responsabilidade do magistrado Paulo Sérgio Ribeiro, que também é considerado linha-dura.”
Por infidelidade, coligação pede para o TRE exclusão de Beto Richa da chapa
Curitiba – O departamento jurídico da coligação Paraná Decide formalizou nessa sexta-feira (21) o pedido ao TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) para a expulsão do candidato ao Senado Beto Richa (PSDB) da chapa por infidelidade à coligação. O afastamento é justificado pelas conexões diretas do ex-governador com a candidatura de Ratinho Junior (PSD). As informações são da própria coligação.
De acordo com o pedido entregue ao TRE, o ex-governador, mesmo sendo presidente do Diretório Estadual do PSDB, autorizou que seus principais deputados e membros de seu grupo político participassem ativamente da campanha eleitoral de Ratinho Junior, a exemplo do deputado estadual Ademar Traiano, que participou da convenção do candidato, e do deputado federal Valdir Rossoni, ex-chefe da Casa Civil, que declarou apoio ao mesmo.
Assim como eles, o ex-secretário da Agricultura Norberto Ortigara é hoje coordenador da campanha majoritária de Ratinho Júnior e o prefeito de Guarapuava, Cesar Filho (PPS), é coordenador regional da campanha do candidato e de Beto Richa.
Outra evidência apresentada pela coligação é o “acordo branco” com a campanha de Ratinho Junior, cuja chapa majoritária lançou apenas um candidato para a disputada das duas vagas ao Senado, dando assim a oportunidade de Beto receber o segundo voto.
A coligação afirma ainda que “Beto nunca praticou apoio efetivo à campanha de Cida [Borghetti, governadora] nas redes sociais”.
Gaeco
A coligação também argumenta que a operação realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), deflagrada dia 11 de setembro e envolvendo o primeiro mandato do ex-governador Beto Richa, não corresponde aos princípios e às propostas defendidos pela chapa e por sua candidata ao governo, Cida Borghetti.
No início desta semana, a coligação analisou e aprovou por maioria o pedido de exclusão da candidatura do ex-governador da chapa, mantendo apenas a candidatura de Alex Canziani ao Senado Federal.