Política

Hidrômetros fantasmas viram alvo de Comissão

Os vereadores constataram que os ponteiros do aparelho giram sem o consumo de água

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Hidrômetros fantasmas viram alvo de Comissão

Mais de 20 denúncias chegaram à Comissão Permanente de Direitos do Consumidor sobre irregularidades em hidrômetros instalados recentemente pela Sanepar em Cascavel. Em um dos casos, na Rua Cisne Branco, no Bairro Floresta, os vereadores constataram que os ponteiros do aparelho giram sem o consumo de água. “Fechamos a válvula e o relógio continuou girando. Tapamos com a mão um dos lados do cano e mesmo assim continuou registrando consumo sem que uma gota sequer chegasse à casa do morador”, relata o presidente da Comissão dos Direitos do Consumidor, Celso Dal Molin (PL).

Até maio, quando o imóvel estava com o hidrômetro antigo, o gasto com água era de R$ 93. Após a troca do aparelho, a conta chegou a R$ 168 em junho. “No imóvel mora um casal de idosos, o que justifica o baixo consumo. A vizinhança gasta em média R$ 120 por mês. Queremos agora apurar o motivo da troca do aparelho e também o que está acontecendo com ele, visto que registra um consumo que não existe”.

Os vereadores estão visitando os imóveis que registram a mesma situação para organizar um material denunciando o caso à Coordenadoria do Procon e ao Inmetro (Instituto de Pesos e Medidas). “Vamos examinar, procurar um técnico para verificar o relógio. Queremos saber o motivo pelo qual isso está acontecendo. Estamos recebendo inúmeras reclamações relacionadas a isso. Os casos só têm aumentado, de residências com o mesmo problema”, afirma Dal Molin.

Ventosas negadas

A Comissão de Justiça e Redação deu parecer contrário ao projeto que cobra da Sanepar a instalação de ventosas em cavaletes de água para impedir a passagem de ar pelos canos. A proposta foi elaborada pelo vereador Fernando Hallberg (PDT). O entendimento da Comissão é de que cabe à Agepar (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná) decidir o que deve ou não ser implantado e não à Câmara de Vereadores. Hallberg definiu no projeto que os moradores poderiam optar em ter ou não a ventosa antes do hidrômetro. As despesas do aparelho e da instalação ficariam sob a responsabilidade do consumidor. O objetivo era proteger os interesses da comunidade. “Os dispositivos eliminam o ar existente na tubulação. Devem ser colocados antes do hidrômetro, impedindo que seja cobrado pelo ar registrado pelo relógio. Ao pagar pela água, o consumidor paga também pelo ar que passa pelo cano. O consumidor está sendo lesado”, denuncia o vereador.

O parecer da Comissão de Justiça será votado em plenário, se for rejeitado pelo parlamento, o projeto é votado normalmente, mas, se acatado, a proposta é engavetada.

Reportagem: Josimar Bagatoli