Com o advento da Lava Jato, que “pegou” desprevenida muita gente que até então se considerava acima do bem e do mal, parece ter virado padrão xingar, ofender e até desqualificar outrem, especialmente promotores e juízes. E pior: publicamente.
São inúmeros os casos em que, na ânsia de tentar “revidar” o que deveriam apenas responder, como o faz a maioria dos cidadãos brasileiros diante da Justiça, saem desfiando um rol de palavrões e impropérios que a própria mídia não pode reproduzir ipsis litteris, em respeito a quem está lendo.
Mas por onde andará o respeito? Que exemplo dão ao xingar e ofender alguém, mais grave ainda, quem está no cumprimento da sua função?
Ex-ministro e de novo pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes é um dos protagonistas mais recentes. Denunciado por suposta prática de racismo, ele chamou a procuradora de “filha da p…”.
Vale lembrar que todos que ocupam ou já ocuparam ou pleiteiam ocupar um cargo público representam o povo. E assim como também devem inspirá-lo, precisam servir como exemplo. É o que se espera. Se para alguns usar palavras de baixo calão é algo corriqueiro e faz parte da “cultura”, para a maioria isso é apenas falta de respeito com o próximo, situação que acende um alerta: quais outros valores sociais e humanos também lhe faltam?
É senso comum que educação vem de berço, e respeito anda de braços dados. Em caso de dúvida, vale a análise: quem respeita o próximo não tira seus direitos, não pega o que não lhe pertence pois sabe que faltará ao outro, enfim, não rouba nem se corrompe porque estará desrespeitando alguém e a própria lei.
Assim como ética e responsabilidade, respeito deveria ser requisito básico para imprimir o nome e a foto nas cédulas em qualquer eleição. Por sorte, em muitos casos a população consegue identificar claramente quem falta com respeito.