Cascavel – Um grupo esteve ontem (4) na regional oeste do Coger (Corregedoria Geral da Polícia Militar do Paraná) em Cascavel para formalizar uma denúncia contra o conselho de disciplina, que tomou o depoimento de 22 testemunhas no caso envolvendo sete policiais militares que eram do destacamento de Cafelândia. Os PMs respondem por suspeita de envolvimento com crime de facilitação ao contrabando de cigarros e por corrupção ativa.
A denúncia de tentativa de coação foi formalizada pelo grupo ainda na semana passada no site da Corregedoria, mas ontem também foi formalizada na regional de Cascavel onde foram entregues documentos, como áudios dos próprios depoimentos.
Segundo relatos feitos pelos depoentes à reportagem do Jornal O Paraná, testemunhas de acusação teriam sido induzidas a mudar suas versões sobre o caso, de modo que atenuassem as denúncias contra os policiais que respondem por cobrança de propina para liberar veículos que trafegavam de forma irregular, por não aplicar multas de trânsito ou ainda por facilitação ao contrabando.
Uma das testemunhas teria sido intimidada, de forma velada, a mudar o depoimento dando a entender que ele e a família poderiam sofrer algum tipo de sanção caso insistisse na versão.
Os policiais são investigados desde 2017 quando foi instaurado, após uma série de denúncias, o Inquérito Policial Militar 764/2017, que seguiu em sigilo até o início deste ano. Neste momento, o processo está com a comissão, composta por três policiais militares. Os denunciantes também pediram a substituição dos PMs encarregados pela comissão “sob a alegação de que eles geram suspeição ao processo”.
A fase dos depoimentos se encerrou semana passada e agora o processo deve seguir para o Comando-Geral da PM no Paraná, que definirá pela expulsão ou pela permanência dos agentes na corporação.
O Comando-Geral da PM não se manifestou sobre o assunto.
Os policiais acusados, que representavam o destacamento inteiro da PM em Cafelândia, são lotados no 19º Batalhão da Polícia Militar de Toledo e desde abril, quando o inquérito se tornou público, passaram a realizar apenas serviços internos.
Reportagem: Juliet Manfrin