Excesso de velocidade, ultrapassagens irregulares, ingestão de bebidas alcoólicas e a tão falada imprudência. Esses são apenas alguns dos ingredientes que trazem para a regional da PRF (Polícia Rodoviária Federal) de Cascavel um dado nada positivo.
No trecho de responsabilidade da Delegacia de Cascavel, em 955 quilômetros, houve um crescimento de 4,1% no número de óbitos no quadrimestre. Conforme a Polícia, de janeiro a abril deste ano, foram contabilizadas 50 mortes nas rodovias, contra 48 no mesmo período do ano passado.
O número é alto se levado em consideração o crescimento de menos de 1% no número de acidentes no mesmo período. Segundo a PRF, nos quatro primeiros meses do ano passado foram registrados 423 acidentes contra 426 em 2017.
Paralelo ao crescimento no número de óbitos, os feridos que precisaram de atendimento médico, também apresentou elevação. A maior alta em relação aos três dados: 8%.
Conforme a Polícia, nos quatro primeiros meses de 2016, 450 pessoas precisaram de atendimento médico e no primeiro quadrimestre deste ano, foram 486.
De acordo com a PRF de Cascavel, o trecho sob jurisdição engloba 34 municípios e seis postos de fiscalização: Cascavel, Catanduvas, Laranjeiras do Sul, Ubiratã, Campo Mourão e Lindoeste.
Conforme o policial rodoviário federal Antônio Gradin, os números refletem diretamente no comportamento do motorista que trafega pelas rodovias. “Nos feriados prolongados, por exemplo, que tivemos vários nesse período, o que podemos perceber é que a grande maioria dos acidentes que resultou em óbito de algum ocupante do veículo é diretamente relacionada a ultrapassagens proibidas, que causam as colisões frontais e ainda o excesso de velocidade”.
Segundo ele, se os motoristas respeitassem as leis de trânsito, muitos dos acidentes com feridos e mortes poderiam ser evitados. “Se o condutor trafegar de acordo com o limite de velocidade da pista, não ultrapassar em faixa contínua, usar os dispositivos de segurança, como o cinto e a cadeirinha para crianças, certamente os números seriam menores”.
A orientação do policial é ter muita atenção e consciência ao pegar o volante. “Na estrada, toda atenção é pouca. Por isso da necessidade de andar com o farol ligado, mesmo durante o dia; procurar não ter distrações que possam tirar a concentração do motorista; e lembrar que, mesmo estando a trabalho, muitas vezes o andar mais rápido não significa chegar mais cedo. Essa confiança, esse abuso, pode custar a sua vida, de sua família ou de outras pessoas que trafegam pelas rodovias”. Tissiane Merlak
Só em Cascavel
De acordo com dados coletados pelo O Paraná, somente nas rodovias que cortam o município de Cascavel foram seis mortes no primeiro quadrimestre de 2017, queda de 40% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados dez óbitos.
A primeira morte em rodovia deste ano foi no dia 7 de janeiro, vitimando Izidro Castilho Marcelino, de 62 anos. Ele estava de moto na BR-467 quando foi atingido por um veículo que atravessou a rodovia e atingiu o motociclista.
Ainda em janeiro, no dia 21, a vítima foi Salete de Fátima dos Santos, de 49 anos. Ela foi sequestrada pelo ex-companheiro em sua casa e obrigada a entrar em um Gol. O homem, Pedro Fernandes, seguiu em alta velocidade pela BR-369 e em determinado momento colidiu frontalmente com um ônibus. Salete morreu na hora e Pedro foi preso dias depois.
No dia 4 de abril um homem foi atropelado na BR-467 e, até hoje, não houve o reconhecimento do corpo no IML (Instituto Médico Legal). Dois dias depois, na mesma rodovia, Amadeus Rocha de Matos, de 81 anos, também foi vítima de atropelamento.
Dia 13 de abril a vítima fatal foi Rodrigo Lima da Silva, de 34 anos. Ele estava em uma motocicleta na BR-467, próximo ao Contorno Oeste, quando foi atingido por um veículo. Outra vítima de atropelamento em rodovia foi Edson Fernandes, de 28 anos. Ele morreu no dia 15 de abril ao ser atingido por um carro na BR-277. TM