Alex Belarmino foi executado no dia 2 de setembro a mando do PCC
Cascavel – Um forte esquema de segurança, incluindo dezenas de homens da Polícia Federal e auxílio aéreo com dois helicópteros, foi montado para que as oito testemunhas de acusação da execução do agente penitenciário federal Alex Belarmino Almeida Silva, ocorrida em 2 de setembro do ano passado, sejam ouvidas hoje e na próxima segunda-feira.
Não foi divulgado o horário que as testemunhas serão ouvidas na nova sede do Fórum da Justiça Federal em Cascavel, que fica na Avenida Tancredo Neves. A única confirmação é de que toda a área será isolada horas antes.
O processo tramita em segredo de justiça na 4ª Vara Criminal da Justiça Federal. O autor da acusação é o Ministério Público Federal e as testemunhas serão ouvidas pelo juiz federal Fábio Nunes de Martino.
Ao todo, 15 pessoas são acusadas da execução do agente: André Demiciano Messias, Douglas Fernando Cielo, Hugo Aparecido da Silva, Jair Santana, Kaio Cesar Bonotto Cavalgante, Luis Marcelo Schneider, Maicon de Araújo Rufino, Manuel do Nascimento, Rafael Willian Kokowitsch, Valdir Santos Pereira, Alessandro Pereira de Sousa, Claudemir Guabiraba, Juan Manoel Gomez, Rodrigo Aparecido Lourenço e Roberto Soriano, este último, inclusive, seria um dos líderes da quadrilha.
Segundo as investigações que ficaram a cargo da Polícia Federal de Cascavel, o grupo teria ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e teria planejado a execução pelo menos três meses antes do crime. A ordem de matar o agente teria partido de dentro do Presídio de Segurança Máxima de Catanduvas, revelou a PF.
A execução
Alex Belarmino, de 36 anos, seguia na manhã do dia 2 de setembro do ano passado para o trabalho, no Presídio de Catanduvas, onde estava ministrando um curso havia uma semana. Ele seguia em um Golf do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) pela Rua Jacarezinho, na Região do Lago, quando foi alvejado por vários tiros, sendo que pelo menos um deles lhe atingiu a cabeça. Alex perdeu o controle da direção e bateu em uma caminhonete.
O motorista disse à polícia que dois homens atiraram contra o agente e fugiram a pé.
Nas imagens coletadas pela Polícia Federal, é possível ver que um CrossFox auxiliou na fuga. O veículo foi encontrado incendiado em uma estrada rural de Tupãssi.
Vindo de Brasília, ele exercia cargo de diretoria no Depen (Departamento Penitenciário Nacional). Alex veio à região para dar um curso de tiro aos agentes e retornaria no dia seguinte.
Linha de defesa
A reportagem de O Paraná entrou em contato com o advogado Marcelo Martins, que defende o acusado Roberto Soriano. Segundo ele, a defesa confia plenamente na Justiça. “Ela prevalecerá. Temos a certeza da competência das autoridades envolvidas e ficará muito claro que Roberto Soriano não teve qualquer participação em relação a esses fatos [a execução do agente penitenciário]”.
Conforme Marcelo, somente ao término das audiências de instrução a defesa poderá se aprofundar e fornecer mais detalhes sobre como procederá na sequência do processo.