Foi desencadeada na manhã desta sexta-feira, 20 de abril, a Operação Eclipse, envolvendo diversas unidades do Ministério Público e da Polícia Militar do Paraná e de São Paulo, para cumprimento de 24 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva. O alvo é uma organização criminosa de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Cinco dos sete mandados de prisão foram cumpridos nas cidades de Tupãssi e Toledo (no Paraná) e São Paulo e Santo André (em São Paulo) e dois ainda estão pendentes de cumprimento. A operação envolveu agentes de diversos núcleos do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no Paraná e em São Paulo, bem como da Polícia Militar paranaense e paulista.
Os investigados tiveram contas bancárias bloqueadas, veículos apreendidos e imóveis sequestrados. Documentos e objetos apreendidos na operação serão encaminhados para a sede do Gaeco em Cascavel para análise e finalização das investigações. Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Em São Paulo, alguns dos investigados também responderão por tráfico de substâncias entorpecentes, associação para o tráfico e posse de armas de uso restrito.
Apuração – A investigação, iniciada há mais de um ano pelo núcleo do Gaeco de Cascavel (Oeste paranaense), identificou uma organização criminosa que estabeleceu a cidade de Tupãssi, no Paraná, como local para lavagem de dinheiro obtido com o tráfico de cocaína no estado de São Paulo. Os líderes do grupo são, segundo apurado, integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital – um deles, que era considerado um dos traficantes mais procurados de São Paulo, foi preso em março, após informações oriundas das investigações. A prisão foi realizada em Mogi das Cruzes, em São Paulo, pela PM paulista, num local onde funcionava um laboratório para o refinamento de cocaína. Na ocasião, foram apreendidos aproximadamente 90 quilos de pasta base de cocaína, 60 quilos de cocaína refinada, quatro armas de fogo de calibre restrito (um fuzil, uma submetralhadora, uma carabina e uma pistola) e aproximadamente 200 munições de calibre restrito, além de diversos equipamentos e produtos químicos utilizados para o refino da droga.
A companheira do líder preso, que já havia residido em Tupãssi, voltou a estabelecer-se no local e, com a colaboração de terceiros, incluindo familiares, passou a aquirir propriedades rurais, maquinários agrícolas e insumos para estabelecer a cultura de soja e milho como negócio chave para o branqueamento de capitais. O grupo contava ainda com empresas utilizadas para fins ilícitos. Até o momento, o patrimônio identificado e objeto de bloqueio, sequestro e apreensões chega a aproximadamente R$ 13,5 milhões (seis propriedades rurais, 16 imóveis urbanos, dez automóveis, oito maquinários agrícolas e oito caminhões).