Cascavel – A Polícia Civil de Cascavel investiga os dois atentados registrados na noite de terça-feira a ônibus do transporte público. Ambos foram incendiados e ficaram destruídos.
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A principal linha de investigação é de que os incêndios tenham relação com a morte de Cleiton Pastre, ocorrida na mesma data e em horários parecidos em 2016, durante confronto com a polícia. Cleiton também era suspeito de incêndios a coletivos que ocorreram naquela época. “Nenhuma linha de investigação foi descartada, mas acreditamos que seja uma lembrança do aniversário de morte dele”, explica a delegada do GDE Anna Turbay.
Há dificuldade em encontrar testemunhas. “No Jardim Quebec, por exemplo, um casal simulou uma briga no ponto de ônibus. O motorista parou, uma pessoa entrou no coletivo, pediu que todos saíssem e usou um galão de gasolina. Depois ateou fogo. Todos os passageiros saíram correndo. Por isso, pedimos que quem estava no coletivo que venha até a Polícia Civil para colaborar com a investigação”, pede Anna.
No segundo caso, no Jardim Esmeralda, quatro rapazes entraram no ônibus e deram dois disparos de arma de fogo perto das câmeras de segurança, com objetivo de dificultar o trabalho da polícia. Não havia passageiros, apenas o motorista. O fogo tomou conta dos dois veículos, que ficaram destruídos. Populares registraram, de longe, o fogo e a fumaça, e os vídeos podem ser conferidos no site www.oparana.com.br.
Detenção
Dois rapazes, de 21 e de 22 anos, foram detidos na tarde de ontem suspeitos do crime. Um deles estava com uma quantidade de maconha e foi lavrado termo circunstanciado. Ambos foram liberados porque foi concluído que não tinham participação nos incêndios.
Prejuízo
Dois ônibus incendiados. Um, com perda total, e outro com perda parcial. Prejuízo estimado pelas empresas em cerca de R$ 600 mil, de acordo com a assessoria de imprensa da Vale Sim – empresa responsável pelo transporte coletivo em Cascavel. Segundo a assessoria, os coletivos já foram substituídos.
Depois dos dois atentados, o transporte de passageiros chegou a ser suspenso, mas foi retomado logo depois, para não haver prejuízo à população.
A Cettrans reforçou que, por conta do atentado, foram feitos remanejamentos e ajustes nas linhas para continuar o atendimento no transporte normalmente.
Todas as câmeras de segurança dos coletivos foram disponibilizadas para a polícia e os automóveis passam por perícia.
A morte de Cleiton
Há dois anos, Cleiton Pastre morreu em confronto com a Polícia Militar. Ele era um dos suspeitos de participar, na época, de atentados a ônibus na cidade que teriam sido orquestrados por um grupo por meio de mensagens. Depois da morte dele, mais ônibus foram incendiados. Na época, cinco foram destruídos e diversas forças policiais de toda região e até do País foram deslocadas para garantir a segurança em Cascavel.
Lucas Gustavo Pastre, José Henrique Alves, Alexandre Henrique Correia, Tatiana Cristine Oliveira do Amaral e Cristhofer Willian Santos Lopes foram presos e acusados do crime. O Depen não informou se eles já foram julgados.