PARIS Dois suspeitos de conexão com o assassinato de um casal de policiais franceses em Magnanville, a 45 quilômetros de Paris, serão colocados sob investigação neste sábado. As vítimas foram esfaqueadas na porta de casa, em um atentado posteriormente reivindicado pelo Estado Islâmico (EI).
A Procuradoria da França abriu uma investigação judicial para as mortes, focadas em acusações de assassinato, sequestro e participação em ações terroristas.
“Charaf-Din Aberouz e Saad Rajraji serão apresentados a um tribunal magistrado como parte da investigação, a fim de serem colocados sob investigação por participação em um grupo terrorista”, disse a Procuradoria.
O ataque foi cometido pelo marroquino Larossi Abballa, que jurou lealdade ao grupo logo após matar Jessica Schneider, mulher do chefe de polícia Jean-Baptiste Salvaing.
Abballa foi condenado em 2013 com outras sete pessoas por ajudar radicais islâmicos a viajarem ao Paquistão para montar divisões de organizações terroristas, mas foi liberado por ter cumprido a pena preventivamente. Estava preso desde 2011 por envolvimento com a célula.
JIHADISMO BATE À PORTA
Por volta das 21h de segunda-feira, Abballa interceptou o agente da polícia de Les Mureaux do lado de fora da casa do policial e o esfaqueou até a morte. Depois, entrou na residência, onde matou a mulher do agente (que trabalhava numa delegacia da cidade próxima de Mantes-la-Jolie).
O filho do casal, de apenas 3 anos, estava na casa mas saiu sem ferimentos do episódio. Ele foi socorrido em estado de choque.
O criminoso transmitiu um vídeo de 12 minutos sobre o ataque em sua página do Facebook. Sem sucesso nas negociações, uma equipe de elite da polícia o matou durante a invasão.
Vamos fazer da Eurocopa um cemitério disse ele na gravação, citando o torneio europeu de futebol que está sendo disputado na França. Acabei de matar um policial e sua mulher. Estou seguindo as ordens de (Abu Bakr) Baghdadi para matar os infiéis em suas casas com sua famílias.
Nas negociações com os policiais, o extremista informou ser muçulmano praticante e, ao atacar, gritou Alá é grande. O criminoso tinha uma lista de alvos com nomes de mais de cem pessoas, incluindo policiais, jornalistas e rappers.