Pela terceira vez em um mês, a doceira Janete Martins, de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, é alvo de um ataque racista. A empresária recebeu na manhã desta quarta-feira (8) um pacote, com cascas de banana e uma carta depreciativa, escrita com recortes de jornal. O pacote havia sido deixado de madrugada, em frente à casa dela.
A primeira situação, segundo ela, aconteceu no dia 8 de fevereiro, quando uma mulher de cabelos loiros chamou na campainha. De acordo com Janete, a mulher fez comentários a respeito da cor da pele da doceira. Ela disse que não sabia que eu era de cor. Eu respondi e disse que não era de cor, era negra mesmo. Conforme a doceira, a mulher foi embora em seguida.
No dia 17, Janete recebeu uma carta, repleta de erros de português, onde o autor dizia que a doceira jamais poderia ser comparada a uma pessoa branca.
Quando a carta foi enviada, Janete procurou o Ministério Público do Paraná, que está investigando o caso. A doceira diz que o pacote recebido nesta quarta-feira também foi encaminhado para a perícia. Ela espera que o culpado seja identificado e punido.
Preconceito não é novidade
Janete diz que sempre passou por situações de preconceito por causa da cor da pele, mas que dessa vez a situação tomou ares mais ameaçadores. Tem aquele preconceito camuflado, em que as pessoas tiram sarrinho. (…). Você não vai acreditar que uma pessoa pode ser tão má, diz Janete.
Ela diz ainda que, apesar do problema, não pretende se mudar para evitar novos ataques. Janete quer apenas que a situação se resolva logo.