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Desmanchar ou vender?

Três carros por dia – Essa é a média de veículos que são furtados ou roubados nas ruas de Cascavel. Os números foram obtidos pela reportagem do Hoje News levando-se em conta o balanço dos primeiros sete meses do ano (janeiro a julho) e o total de veículos.

Segundo dados do setor de relações públicas da Polícia Militar, de 1º de janeiro a 31 de julho deste ano foram furtados 546 veículos, entre carros, motos e caminhonetes e outros 117 roubados no mesmo período.

Conforme o tenente da PM, Roberto Tavares, aos poucos as quadrilhas estão mudando não a forma de agir, mas o destino final do produto. “Há alguns anos grande parte dos carros era levada para o Paraguai para a revenda. Depois os quadrilheiros perceberam que poderiam usar para prática de outros crimes, como por exemplo, o tráfico de entorpecentes e o contrabando ou descaminho”.

Outro ponto citado por Tavares é que, mesmo na cidade, os bandidos estão furtando ou roubando para cometer outros delitos. “Sejam eles novos furtos e roubos, ou ainda crimes contra a vida, como homicídios e tentativas”.

Desmanches

Mas, paralelo a esse mundo de criminalidade, o ‘lavar um veículo’ tem se tornado uma fonte de renda para os criminosos. Em diversos pontos da cidade, desmanches foram descobertos pela Polícia Militar este ano. “Eles furtam o carro, deixam em um matagal abandonado e um ou dois dias depois voltam para depenar o veículo. E todas as peças que puderem ser revendidas, são retiradas”.

Renda?

Com 663 veículos levados somente nos sete primeiros meses deste ano, o furto e roubo de veículo tem se tornado, aos poucos, uma fonte de renda para a marginalidade. Fazendo uma conta a grosso modo, somente em pneus, se todos esses veículos levados fossem pela mesma quadrilha, os criminosos teriam faturado, de janeiro a julho, mais de R$ 165 mil. Isso mesmo: são cinco pneus (contando com o estepe) que são revendidos, usando inclusive grupos de WhatsApp e Facebook, em média por R$ 50.

Além dos pneus, de cada carro são levados a bateria, bancos, volante, equipamentos de som, as rodas, e diversas outras peças.

SETE MESES

Roubos caem 25% e furtos crescem 17%

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De acordo com os números repassados pela Polícia Militar, o número de roubos de veículos, naqueles casos em que o marginal usa da força física ou mesmo de algum tipo de arma para subtrair o veículo, caiu 25% nos primeiros sete meses de 2017. Foram 156 casos entre janeiro e julho do ano passado contra 117 este ano.

Já o quantitativo de furtos cresceu mais de 17% no período. Nos meses de janeiro a julho de 2016 a Polícia Militar atendeu a 466 ocorrências e, este ano, foram 546.

Questionado em relação ao que motivaria esse crescimento nos furtos e queda nos roubos, o tenente Roberto Tavares, responsável pelo setor de relações públicas da PM ressalta que se trata da facilidade que o bandido encontra para cometer o crime. “Em um furto, por exemplo, o veículo está parado, sem ninguém por perto muitas vezes, e o marginal usa uma chave mixa ou mesmo algum outro artifício para abrir o carro e levá-lo. Já nos casos de roubo, há o contato com a vítima. Existe o risco de ele ser reconhecido posteriormente ou ainda de encontrar algum tipo de resistência, o que pode gerar outro tipo de delito, como os casos de latrocínio”

Latrocínios

Com quatro casos de latrocínios registrados até ontem em Cascavel, em dois deles pelo menos, os bandidos tinham a intenção de subtrair o veículo da vitima. O primeiro, na casa do policial aposentado Venilson Fonseca Dutra, no dia 15 de janeiro. Bandidos armados invadiram a casa do policial para roubar o carro e outros objetos pessoais. Dutra reagiu e foi morto.

Dez dias depois, o empresário Arnaldo Ribas chegava em casa, no Parque São Paulo, quando foi rendido por marginais que foram exclusivamente para levar o Jetta dele, que por sinal era o ‘auge’ dos furtos e roubos naquele período.

EM NÚMEROS 

CRIME 2016 2017

Furtos 466 546

Roubos 156 117

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