Se entregou na tarde dessa terça-feira (28), na Vara de Execuções Penais de Guarapuava o ex-deputado Carli Filho, condenado a 7 anos, 4 meses e vinte dias de prisão em regime semiaberto por duplo homicídio com dolo eventual pelas mortes de Gilmar Rafael Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida num acidente de trânsito ocorrido em 2009.
O juiz anda irá definir como Carli Filho vai cumprir o semiaberto, haja visto que o detento que cumpre esse tipo de pena pode trabalhar durante o dia e voltar somente à noite para dormir.
A prisão foi decretada ainda na sexta-feira (24), com um prazo concedido pelo Tribunal de Justiça de 24 horas para que ele se apresentasse.
Relembre o caso
O carro blindado que Carli Filho dirigia decolou em um trecho da Avenida Monsenhor Ivo Zanlorenzi, no bairro Mossunguê, atingindo o veículo em que estavam os jovens Gilmar Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20, que entrava na mesma avenida fazendo uma conversão à esquerda. Os dois morreram na hora.
Segundo as investigações, Carli Filho dirigia em alta velocidade – 163 km/h – e estava com a carteira de habilitação cassada. O ex-deputado estadual tinha 130 pontos na carteira e 30 multas, sendo 23 delas por excesso de velocidade.
O inquérito policial apontou também que Carli Filho havia ingerido quantidade de álcool quatro vezes acima da tolerada à época.
O acidente comoveu o Paraná e o país, além de levantar um grande debate sobre a impunidade em crimes de trânsito.
A mãe de Gilmar, Christiane Yared, iniciou uma campanha que mobilizou milhares de pessoas: a maioria, mães e pais de outras vítimas de acidentes provocados por motoristas imprudentes. Em 2014, ela foi eleita por mais de 200 mil eleitores como a deputada federal mais votada no Paraná.
Em 2016, Carli Filho divulgou um vídeo em que reconheceu ter bebido na noite do acidente. Ele pediu desculpas às famílias das vítimas, relembrou do tempo de recuperação e disse que em momento algum tentou diminuir a dor que os familiares das vítimas sentiram.