Cotidiano

Zika vírus pode causar duas doenças graves

Microcefalia afeta bebês e a síndrome Guillan-Barré, pessoas de qualquer de idade

O vírus zika é um arbovírus do gênero Flavivirus e transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue: o Aedes aegypti. O vírus recebe esse nome, pois foi isolado pela primeira vez em primatas não humanos (macacos) na Floresta Zika, no país africano Uganda, em 1947. Com acesso do ser humano nesse ciclo silvestre, nas matas, a doença passou a ser identificada em vários países. No Brasil, os primeiros casos foram confirmados no primeiro semestre de 2015.

Apesar de normalmente o zika vírus ser mais brando que a dengue, em algumas pessoas podem surgir complicações como microcefalia nos bebês de mulheres infectadas durante a gravidez e síndrome de Guillain-Barré.

O Ministério da Saúde e o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças Transmissíveis) dos Estados Unidos comprovaram a relação entre a zika e a microcefalia. O estudo americano afirma que, assim como já havia sido explicado pelo Ministério da Saúde, apesar de a relação estar confirmada, não significa que toda mulher infectada pelo vírus durante a gravidez dará à luz um bebê com microcefalia.

Para o tratamento não há um medicamento específico e é desaconselhável o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios em função do risco aumentado de complicações hemorrágicas.

Uma vacina contra a doença está em desenvolvimento pelo Instituto Evandro Chagas em parceria com a Universidade do Texas e Universidade de Washington, EUA. Os testes em humanos devem ser realizados a partir de 2019, pelo Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

SINTOMAS

– Febre baixa

– Olhos vermelhos (sem coceira e sem secreção)

– Manchas vermelhas com coceira

– Dores no corpo

*Cerca de 18% das pessoas infectadas desenvolvem sintomas da doença e o fato de que aproximadamente 80% do portadores do vírus desconhecerem que estão infectados representa alto risco, pois o Aedes aegypti pode picar essas pessoas e transmitir a doença para a população em geral, afetando, portanto, a gestantes também.

Microcefalia

A microcefalia é um sinal presente quando o cérebro não se desenvolve como o esperado. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal que é igual ou superior a 32 cm.

Em casos graves, a doença pode estar associada a deficiências respiratórias, neurológicas ou motoras. A microcefalia pode acontecer pela infecção por outros vírus e por outras causas não infecciosas, não exclusivamente pelo vírus zika.

Síndrome de Guillain-Barré

Além de causar microcefalia, já está registrado na literatura médica que o Zika também pode desencadear a síndrome de Guillain-Barré, que é uma reação autoimune do organismo, geralmente relacionada à infecção por alguns vírus ou bactéria. O sistema imunológico do corpo passa a atacar parte do próprio sistema nervoso por engano. Isso leva à inflamação dos nervos, que provoca fraqueza muscular e paralisia.

Gestantes devem

redobrar cuidados

As mulheres grávidas devem redobrar a atenção para evitar o contato com o mosquito Aedes aegypti. O cuidado maior deve ser no 1º trimestre de gestação, período durante o qual o cérebro está em fase final de desenvolvimento.

Combater locais onde o mosquito Aedes aegypti pode se proliferar, usar telas em janelas, mosquiteiros e repelentes são medidas necessárias para evitar ao máximo a possibilidade de uma gestante ser picada por um mosquito que seja portador do vírus.