Cotidiano

Vitória de Trump infla movimento anti-aborto nos EUA

WASHINGTON ? Após apoiar Donald Trump na corrida presidencial dos EUA, o movimento anti-aborto no país se vê diante de uma possibilidade de fortalecimento com a vitória republicana. Alguns grupos já prometem pressionar o futuro presidente a manter suas promessas de promover uma agenda anti-aborto. E anunicaram seus planos de imediatamente reviver leis neste mesmo sentido dentro do Congresso, de preferência com o impulso de juízes contrários à legalização do aborto apontados por Trump na Suprema Corte.

O grupo ?Created Equal? (Criados Iguais, em português), por exemplo, fez campanha em favor do republicano em 18 cidades de estados decisivos para a votação presidencial. Uma das estratégias adotadas foi exibir faixas em aviões com imagens de fetos abortados. Agora, o diretor da organização já diz que pretende cobrar de volta este apoio quando Trump assumir o governo em janeiro.

? Agora, devemos responsabilizar o novo presidente eleito pelas suas promessas ? disse Mark Harrington, citando leis que proibiriam o aborto a partir de 20 semanas de gestação.

A onda otimista para os críticos do aborto vem depois que a Suprema Corte derrubou restrições clínicas para a realização do procedimento. A decisão já refletiu nas regras de alguns estados. Além disso, a vitória de Trump vem como uma boa notícia para o grupo, uma vez que a sua rival democrata, Hillary Clinton, expressou apoio sem precedentes ao direito ao aborto.

Com o controle dos republicanos no Congresso e na Casa Branca, é provável que a legenda aprove um novo juíz da Suprema Corte da sua escolha, uma vez que há uma vaga aberta desde a morte de um dos ocupantes da cadeira. Na sua campanha, Trump prometeu indicar juízes que fossem a favor da ?família tradicional?.

Além disso, o seu vice, Mike Pence, é um político conhecido pelas críticas aos direitos reprodutivos das mulheres. Ele já chegou a assinar uma lei que obrigaria as mulheres a enterrar ou cremar seus fetos abortados.

Por isso, há mulheres nas redes que recomendam umas às outras a pensar rapidamente na sua saúde reprodutiva, antes que comece o governo de Donald Trump ? em que os republicanos poderão, inclusive, revogar o Obamacare, plano de saúde pública criado pela administração de Barack Obama. Algumas internautas dizem que planejam colocar o dispositivo intrauterino (DIU) logo, uma vez que este é um método anticoncepcional de longo prazo.

?Mulheres, liguem para seus médicos. Hoje. Cuidem da sua saúde antes de 20 de janeiro. Coloquem DIU e façam mamografias, ultrassons, exames de papanicolau. Façam isso agora?, escreveu uma internauta.