Cotidiano

?Vi muita gente desesperada correndo e gritando na rua?, conta estudante brasileira em Munique

201607221813411152_AFP.jpg MUNIQUE ? O tiroteio em um shopping center em Munique fez com que as autoridades decretassem estado de emergência na cidade e assustou a população. A carioca Natasha Egger, turismóloga e estudante de 27 anos, estava a caminho do shopping Olympia quando o metro parou e o condutor anunciou que o estabelecimento estava interditado.

? Eu fui para a rua e vi muito carro de polícia, muito bombeiro, muita gente nervosa chorando. Isso foi apenas 2 km de distância do shopping. Eu voltei para o metrô e fiquei esperando um trem que passasse na direção oposta ? disse Natasha.

Logo depois ela ligou para irmã, que trabalhava na estação central e avisou o que estava acontecendo. A estudante Tatiana Egger buscou proteção em uma delegacia nos arredores da estação e ficou presa por cerca de três horas. Munique_2207

? Estava trabalhando quando a minha irmã me ligou e contou o que estava acontecendo. Resolvi ir para uma delegacia que tem lá perto. Fui aconselhada a não sair. Fiquei com muito medo. Vi muita gente desesperada correndo e gritando e na rua, querendo entrar em algum lugar fechado. Os policiais mandaram a gente se agachar e deitar no chão. Achei que podia morrer. Dentro da delegacia muita gente chorava ? narrou Tatiana.

A estudante paulista de engenharia de 22 anos, Tatiana Moraes, também procurou abrigo após o tiroteio. Ela voltava de uma festa com amigos, mas não conseguiu transporte para chegar em casa.

? Chegamos em uma praça para pegar ônibus e percebemos que estava tenso: sem ônibus, sem metro, sem trem, sem táxi. E a rua estava cheia de gente assustada. Com o barulho de helicóptero e rumores de tiroteio nas proximidades, ficamos desesperados. Tentamos entrar em duas lojas e uns homens negaram. Uma mulher acabou deixando a gente ficar em um porão ? contou Tatiana.

Depois de quatro horas, ela e os amigos voltaram para a casa andando, porque ainda faltavam opções de transporte nas ruas. Beatrice Pedrini voltava da faculdade no momento do terrorista. A estudante de 19 anos disse que está assustada com a situação, principalmente por causa da imprevisibilidade dos ataques. A principal medida de prevenção é evitar frequentar grandes aglomerações públicas.

? A insegurança aqui é algo muito novo, mas mesmo assim acho a polícia eficiente e preparada. É um perigo bem diferente. Basicamente, qualquer lugar aqui é um lugar de risco. Ao mesmo tempo, não tem como viver trancada em casa. Por isso é uma situação tão delicada. De qualquer forma, tenho evitado grandes aglomerações ? contou Beatrice.