Uma escorregada desajeitada logo na saída. Dificuldade para permanecer em pé. Assim que o venezuelano Adrian Solano iniciou a prova qualificatória de cross country no Mundial de Esqui, na Finlândia, ficou claro que ele parecia um peixe fora d’água.
Após cair inúmeras vezes, Solano foi desclassificado pouco após a metade da prova, quando já estava quase 30 minutos atrás do vencedor. Mesmo assim, o venezuelano sorriu, e ganhou o noticiário mundial. Solano passou a ser comparado a Eric Moussambani, o nadador que se tornou famoso graças ao pífio desempenho durante as Olimpíadas de Sydney-2000.
Adrian Solano escreveu, nas redes sociais, que esta havia sido a primeira vez que ele havia sequer visto neve, e que costumava treinar em um esqui sobre rodas.
“Talvez eu tenha caído muitas vezes, mas o que realmente conta é que sempre seguirei me levantando” escreveu Solano.
O venezuelano de 22 anos passou por um drama a caminho do Mundial. Ele pretendia treinar por um mês na Suécia, mas foi parado na França e deportado de volta para a Venezuela.
– Quando cheguei a Paris, em janeiro, expliquei que estava indo treinar, mas os policiais não acreditaram que eu andava de esqui na Venezeula. Eu só tinha 28 euros, e eles me acusaram de estar tentando imigrar, porque a situação estava ruim no meu país – disse Solano à AFP.
Mesmo com os documentos e cartas de convite para o período de treinos, ele acabou sendo deportado.
– Eles me discriminaram por causa das minhas roupas, da minha aparência – disse Solano.
Com a ajuda de contribuições, Solano conseguiu reunir recursos para pagar a viagem para a Finlândia e competir.
