Cotidiano

Vendas de '1984' disparam após 'fatos alternativos' apresentados por Trump

20150414-215329.jpgNOVA YORK ? Um dos maiores clássicos da literatura do século XX, “1984”, de George Orwell, voltou aos best-sellers. Mas por um motivo insólito: a demanda subiu consideravelmente declarações da equipe do presidente Donald Trump que foram reconhecidas como falsas, mas apresentadas por sua conselheira Kellyanne Conway como “fatos alternativos”.

Ao criticar a imprensa por noticiar que a posse de Barack Obama tivera muito mais pessoas que a de Trump ? com base em fotos, estimativas e comparação do uso do transporte público nas datas ?, o porta-voz Sean Spicer disse que a inauguração do mandato do novo presidente fora “a maior já vista na História”.

Questionada sobre as aparentes mentiras de Spicer, Kellyanne disse que estas se tratavam de ?fatos alternativos?, discurso semelhante ao utilizado no livro publicado em 1949.

A posse de Trump já havia feito “1984” registrar um aumentos nas vendas nas principais livrarias americanas. Mas bastaram as declarações de Kellyanne que o romance subiu drasticamente na lista de best-sellers da loja virtual Amazon, chegando ao topo.

Na distopia de “1984”, o protagonista vive em uma sociedade com fatos distorcidos e suprimidos por um poder concentrado nas mãos de uma figura conhecida como o Grande Irmão. O livro é recomendado em salas de aula de grande parte do mundo para ensinar a metáfora sobre regimes totalitários.