Cotidiano

Valorização de terras agrícolas é de 197% em uma década

Em 2005, hectare era comprado por R$ 12 mil; hoje, não sai por menos de R$ 35 mil

Cascavel – O status de terra produtiva do Paraná não é à toa. O solo é realmente fértil, aliás, figura como um dos melhores do País, isto é, um dos mais caros também. Dentro desse panorama, Cascavel é destaque devido à ótima qualidade das terras, que garantem a pujança do município no setor agrícola.

Todo esse potencial tem preço, na verdade, bem alto. A fertilidade do solo cascavelense pode ser comprovada em cifrões. Em 2005 o hectare da terra mecanizada era comprado por R$ 12 mil, já uma década depois em 2015 o hectare não sai por menos de R$ 35.595, ou seja, uma valorização de 197%. Em dez anos, o preço quase triplicou. As informação são do Deral (Departamento de Economia Rural).

A explicação para esse “boom” está atrelada à produção de grãos, grande vocação do município.

“A valorização das terras coincide com a da soja. Além disso, a adoção de tecnologias também acaba aumentando a produtividade, que acaba refletindo no preço, pois o encarece. Cascavel está bem dentro desse cenário, junto com Umuarama e Campo Mourão tem uma das melhores produtividades do Paraná. A conta é simples, se há uma terra produtiva, ela vai te responder em dinheiro”, detalha o técnico agrônomo do Deral, Hugo Godinho.

A aptidão para o agronegócio não é o único fator que fez o preço da terra disparar, a questão de infraestrutura e a proximidade com o porto de Paranaguá também são levados em conta.

“Além de todas as características da qualidade do solo, a tecnologia está bem consolidada para produtividade. O Paraná tem o maior porto de grãos do País e uma rede de cooperativa muito forte, que dá segurança para escoar o produto. O armazenamento, embora ainda não seja o ideal, ainda é um dos melhores do Brasil. Isso tudo está atrelado ao preço”, ressalta Godinho.

Mercado restrito

Quanto à comercialização das terras, o Deral admite que o mercado é bastante restrito. “O Paraná não tem fronteira agrícola grande, as propriedades já estão nas mãos dos produtores tradicionais, os negócios são bem limitados. É claro que ainda tem terras para comercialização, mas não são muitas”, pontua Godinho.

(Com informações Crislaine Güetter)