Cotidiano

UE envia alerta a WhatsApp e Yahoo a respeito de questões de privacidade

BRUXELAS – Órgãos reguladores de questões de privacidade europeus alertaram o WhatsApp nesta sexta-feira a respeito do compartilhamento de dados dos usuários do aplicativo com o Facebook, e advertiram o Yahoo sobre um vazamento de dados em 2014 e o escaneamento de e-mails de usuários para uso da inteligência dos EUA.

A recente mudança na política de privacidade do aplicativo de troca de mensagens para permitir o compartilhamento de número de telefones dos usuários do WhatsApp com o Facebook atraiu questionamentos regulatórios na Europa.

O órgão antitruste da Itália também anunciou, nesta sexta-feira, uma investigação em separado para verificar se o WhatsApp obrigou seus usuários a aceitar compartilhar seus dados pessoais com o Facebook.

O fato de os novos parâmetros de privacidade não estavam nos termos dos serviços quando os usuários baixaram o aplicativo levantou questionamento sobre a validade do consentimento dos usuários, explicaram as autoridades.

Em um comunicado, as 28 autoridades de privacidade da União Europeia (UE) disseram ter preocupações sérias com a recente mudança na política de privacidade do WhatsApp, e pediram que a prática seja interrompida até que as ?proteções legais apropriadas possam ser garantidas? para evitar desrespeitar a lei do bloco.

Uma porta-voz do WhatsApp disse que a empresa estava trabalhando com os órgãos de proteção de dados para esclarecer os pontos questionados.

MERKEL CRITICA ALGORITMOS

Com relação ao vazamento de dados de e-mails de 500 milhões de usuários do Yahoo, as autoridades europeias pediram que a empresa comunique à União Europeia todos os aspectos do caso, para notificar as pessoas afetadas a respeito dos ?efeitos adversos? e para cooperar com todos ?os questionamentos e/ou investigações futuros das autoridades nacionais de proteção de dados?.

Outro ponto mencionado pelas autoridades foi a varredura da caixa de entrada de alguns usuários do e-mail do Yahoo para encontrar informações específicas fornecidas por funcionários da inteligência dos EUA.

O grupo de autoridades afirma que as notícias sobre a varredura de e-mails o preocupam e que ?será importante para entender a base legal e a justificativa para qualquer atividade de vigilância, incluindo uma explicação de coo isso é compatível com a lei da UE e com a proteção de cidadãos da UE?, afirmaram os órgãos na carta ao Yahoo ? que não respondeu o contato da Reuters em busca de um posicionamento da empresa.

Os órgãos reguladores vão discutir os casos de Yahoo e WhatsApp em novembro.

Na quinta-feira, gigantes da internet entraram na mira da chanceler federal alemã Angela Merkel. Ela pediu que grandes empresas do setor, como Google e Facebook, revelem seus algoritmos secretos, alegando que a falta de transparência destes restringe o debate.

Merkel defendeu, ainda, que os usuários têm o direito de saber como foi selecionada a informação à qual eles eram expostos on-line.

? Os algoritmos devem ser tornados públicos, para que a pessoa possa se informar como um cidadão interessado sobre questões como: o que influencia o meu comportamento na internet e o dos outros? ? questionou a chanceler federal, acrescentando: ? Esses algoritmos, quando não são transparentes, podem levar a uma distorção da nossa percepção. Eles estreitam a amplitude da informação.