Cotidiano

Uber é condenado por não respeitar legislação trabalhista britânica

001LONDRES ? A justiça britânica acatou a denúncia de dois motoristas da Uber que denunciaram a plataforma de transporte por não respeitar a legislação trabalhista, nesta sexta-feira. Os condutores que realizaram a denúncia reclamavam de não poderem ter férias, indenizações em caso de problemas de saúde e salário mínimo garantido pelas leis trabalhistas da Grã-Bretanha.

Segundo o sindicato GMB, que apoiou a denúncia, a decisão do tribunal londrino é ?uma vitória monumental? que poderia ter consequências ?importantes? em mais de 30 mil motoristas da Inglaterra e do País de Gales.

?O tribunal considerou que os motoristas da Uber eram salariados e, segundo a lei, têm direito a férias remuneradas e um salário mínimo. Entende-se, então, que isso é o contrário do que a Uber sugere, dizendo que os motoristas são trabalhadores independentes?, disse Nigel Mackay, do escritório de advocacia Leigh Day.

?Os motoristas da Uber costumam trabalhar muitas horas para conseguirem cobrir apenas suas necessidades mais básicas. Esse trabalho foi o que fez com que a Uber se tornasse uma empresa mundial e acumulasse bilhões de dólares?, acrescentou.

Em resposta, a empresa anunciou que recorreria a decisão que, segundo o secretário geral da intersindical TUC, Francis O’Grady, ?permitiu expor o lado obscuro? da plataforma de transporte americana.

O caso vem se repetindo em outros países, como França e Estados Unidos, onde a companhia teve que pagar cerca de US$ 100 milhões para encerrar dois recursos coletivos que ameaçavam alterar o estatuto de seus motoristas.