Cotidiano

TSE recebe relatório sobre irregularidades em gráficas da campanha Dilma-Temer

BRASÍLIA ? O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu na quarta-feira o relatório com o resultado das diligências realizadas em três gráficas que prestaram serviços à chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer na campanha de 2014 e também em empresas subcontratadas. O relatório está sob sigilo. O ministro Herman Benjamin, relator dos processos que pedem a cassação da chapa, determinou o depoimento de mais cinco testemunhas sobre o caso. Os nomes também estão mantidos sob sigilosos.

A força-tarefa designada para cuidar do caso é formada por integrantes da Polícia Federal, da Receita Federal e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf ), coordenados por técnicos do TSE.

As diligências nas gráficas foram determinadas pelo ministro em dezembro no ano passado, a partir de indícios obtidos com a quebra dos sigilos bancários das empresas. Estão sob a mira do TSE as gráficas VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda., Focal Confecção e Comunicação Visual Ltda., Rede Seg Gráfica Eireli. Os donos dos estabelecimentos também tiveram o sigilo quebrado no ano passado.

As diligências foram realizadas em aproximadamente 20 endereços de três estados brasileiros – Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. O trabalho se restringiu às questões eleitorais, por determinação do relator. Ele também decretou a quebra do sigilo fiscal de cerca de 15 pessoas físicas e jurídicas, cujos nomes também não serão divulgados.

Quando os processos do TSE estiverem totalmente instruídos, o relator levará ao plenário voto para cassar ou não a chapa vitoriosa nas eleições de 2014. A expectativa é de que isso aconteça até o fim do ano. A defesa de Temer já pediu para separar as contas de campanha, na esperança de ver somente a candidatura de Dilma punida e evitar a perda do mandato. Essa questão só será definida no momento que os processos forem a julgamento.

As irregularidades supostamente cometidas na campanha foram denunciadas pelo PSDB no fim de 2014, logo depois das eleições. Há suspeita de que as candidaturas foram financiadas por dinheiro desviado da Petrobras por empreiteiras.