Cotidiano

Temer quer unificar órgãos de inteligência para combater crime organizado

RASÍLIA – O presidente Michel Temer anunciou que vai unificar a ação de todos os órgãos de inteligência no combate ao crime organizado. A informação foi dada pelo próprio presidente ao blog do jornalista Gerson Camarotti, do G1. Para colocar a ideia em prática, Temer convocou uma reunião para esta terça-feira com representantes da Polícia Federal, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), as Forças Armadas, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

A medida é uma reação às rebeliões violentas ocorridas no início do ano em presídios das regiões Norte e Nordeste. A intenção principal é conter o poder das facções criminosas que hoje comandam boa parte das penitenciárias brasileiras.

– Embora seja uma questão dos estados, a situação atual pode ser encartada na segurança de toda a nação. Por isso, quero que os órgãos de inteligência trabalhem nessa matéria para impedir a proliferação e atuação das facções – disse Temer ao blog.

A estratégia de Temer é usar a inteligência do governo para ajudar os estados no enfrentamento ao crime organizado. A avaliação feita no Palácio do Planalto é que as facções estão muito organizadas, ditando ordens de dentro dos presídios. Por isso, a determinação é que haja um entrosamento entre as áreas de inteligência do governo para desarticular as facções.

Ao mesmo tempo, Temer quer dar prioridade à construção de cinco presídios federais no prazo de um ano. Ele vai conversar com governadores para que o mesmo modelo de construção pré-moldado seja adotado nos outros 25 presídios que serão construídos. A expectativa é que isso possa gerar, num curto prazo, mais de 30 mil novas vagas nos presídios do país.

O presidente Michel Temer enfatizou a necessidade do cumprimento do artigo 5º da Constituição, que no inciso 48 afirma que um preso cumprirá sua pena em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, sexo e idade. Temer quer colocar em prática a adoção de presídios diferentes para presos que cometeram delitos mais leves daqueles que foram condenados por delitos graves.

Na quarta-feira, Temer iniciará uma série de reuniões com grupos de governadores para analisar a crise nos presídios. Para conseguir aprofundar o tema, ele preferiu fazer encontros com grupos separados.

Já no Plano Nacional de Segurança, em elaboração pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, Temer aposta numa operação permanente na fronteira. Antes, essas operações eram episódicas. Ainda de acordo com o blog, haverá nas fronteiras com outros países uma ação conjunta das Forças Armadas, da Polícia Federal, da Receita Federal e das polícias estaduais para o combate ao tráfico de drogas, armas, pessoas e cigarro. Para isso, o governo deve traçar um plano conjunto com os países vizinhos.