Cotidiano

Temer avalia como ?esdrúxula? separação de votação no Senado

BRASÍLIA – A separação das votações pelo Senado, que levou ao impeachment de Dilma Rousseff mas a manteve habilitada para cargos públicos foi considerada “esdrúxula” pelo presidente Michel Temer, recém empossado. Ao acompanhar a sessão no Palácio do Jaburu, o peemedebista foi surpreendido pela decisão. Auxiliares presidenciais disseram que ficou claro que houve um “acordão” entre os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do STF, Ricardo Lewandowski, e o ex-presidente Lula.

Temer pediu ao senador Romero Jucá (PMDB-RR), que está na presidência nacional do PMDB, que tome a iniciativa de recorrer da decisão ao Supremo.

? Isto vai dar briga e defendo que o PMDB, como partida, vá ao Supremo ? afirmou um ministro do governo.

A separação das votações gerou polêmica no plenário. O PMDB ficou dividido sobre o tema. Para alguns senadores da base aliada ao governo Temer, a decisão foi extemporânea e deverá ser questionada. Mas, para alguns peemedebistas, o assunto deve ser superado. O próprio líder do partido, Eunicio Oliveira (PMDB-CE), decidiu se abster nesta segunda votação.

? Foi um prêmio de consolação para Dilma. Eu me abstive, acompanhando meu líder ? disse o senador Valdir Raupp (PMDB-RO).

O discurso do consolo a Dilma não foi engolido pelo Planalto. Segundo auxiliares, Temer ficou muito incomodado com a posição de Eunício, que se asbteve em vez de votar contra a habilitação de Dilma e, também, com o voto de Rose de Freitas (PMDB-ES). A senadora é líder do governo no Congresso e votou a favor de garantir a Dilma a habilitaçãoa para cargos públicos.

O ponto que incomoda o Planalto é o precedente que a decisão abriu para, a partir de agora, quem tiver seu mandato cassado possa se beneficiar desta medida. O primeiro caso poderá ocorrer daqui a duas semanas, quando o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), for submetido ao julgamento de cassação.