Cotidiano

Silas de Oliveira ganha homenagem de Arlindo Cruz e de outros sambistas

silas.jpg É difícil encontrar no país alguém que não saiba cantar ao menos um trecho de ?Aquarela brasileira?. Pelas cercanias do Amazonas ou mesmo diante do lindo céu azul de anil, os versos de Silas de Oliveira surgem naturalmente nos lábios de quem nasce em solo tupiniquim. É um hit.

Cem anos após o nascimento do compositor do Império Serrano, vítima de um enfarte em 1972, linhas inéditas ressuscitam a história de um dos mestres do samba-enredo carioca. Após 12 anos de um impasse jurídico envolvendo um inventário familiar, 15 canções inéditas do sambista virão à tona ao público. A joia foi encontrada pelo filho, num caderno deixado pelo pai.

? Seria muito egoísmo deter isso no meu colo para sempre. Quero botar essas composições para fora, em homenagem ao centenário de meu pai. Seria uma baita falta de sentimento deixar guardado algo tão bom ? explica Silas de Oliveira Júnior, compositor que seguiu os passos do pai na agremiação de Madureira.

Para não deixar a data emblemática passar em branco, a família do sambista participa, amanhã, de uma festa comandada por sambistas aclamados, como o imperiano Arlindo Cruz, Dorina, Monarco e Hamilton de Holanda. O evento acontece das 14h às 22h, na Casa do Jongo, em Madureira.

? A ideia é fazer comemoração o ano todo ? reforça o filho, acrescentando: ? Temos que perpetuar a obra de meu pai cada vez mais. Se não fizermos isso, nossos netos, bisnetos e novos sambistas esquecem. É bom saber que, mesmo depois de tanto tempo, o samba dele está aí, tocando diariamente em todos os lugares. Silas foi uma grande escola para o samba.