Cotidiano

Seu cachorro entende o que você fala, diz estudo

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BERLIM – Cientistas encontraram evidências científicas para apoiar o que muito dono de cachorro por aí já dizia há séculos: seu cão realmente entende parte do que você fala.

No estudo, publicado nesta semana na revista Science, pesquisadores na Hungria analisaram imagens de ressonâncias magnéticas do cérebro de cães enquanto os animais ouviam seus treinadores falando para determinar que partes do cérebro estava sendo usada. Descobriram que eles processavam palavras com o hemisfério esquerdo e intonação da voz com o direito, exatamente como os humanos.

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Além disso, os cães só registraram que estavam sendo elogiados se as palavras e a voz eram positivas: palavras sem sentido em um tom encorajador ou palavras positivas em um tom neutro não tinham o mesmo efeito.

“Os cérebros dos cachorros se importam com o que dizemos e como dizemos isso. Elogios só são uma recompensa para eles se falamos a coisa certa do jeito certo”, afirma o pesquisador chefe Attila Andics, neurocientista da Universidade Eotvos Lorand, em Budapeste.

Andics afirma que a descoberta sugere que a habilidade de processar mentalmente a linguagem evoluiu mais cedo do que se acreditava e que o que separa os humanos das outras espécies é a invenção das palavras.

“Achávamos que as capacidades neurais de processar mentalmente palavras eram unicamente humanas. Agora descobrimos que são compartilhadas com outras espécies. Isso sugere que a grande mudança que tornou os humanos capazes de começarem a usar palavras não foi uma grande mudança em capacidade neural”, afirma o cientista.

Embora outras espécies provavelmente tenham a habilidade mental de entender linguagem como cães fazem, a sua falta de interesse na fala humana torna testes difíceis. Já os cães estão socializados com a Humanidade há milhares de anos, ou seja, prestam mais atenção no que as pessoas dizem.

Segundo o professor, todos os cachorros estavam acordados, soltos e felizes durante os testes. Nenhum foi sedado ou drogado durante os procedimentos, que consistiam em convence-los a entrar na máquina e ficar lá por cerca de 20 minutos enquanto ouviam o treinador.

“Só usamos cães voluntários, ninguém foi preso lá”, diz ele.