CURITIBA – Todos os 77 executivos da Odebrecht assinaram os acordos de delação premiada entre quinta-feira e sexta-feira, segundo fontes ligadas à Lava Jato. A maioria dos acordos foi fechado na Procuradoria Geral da República (PGR) em Curitiba. Os depoimentos devem começar a ser prestados nos próximos dias.
Advogados ligados ao caso dizem que as informações prestadas para o fechamento dos acordos são ?quentes? e devem envolver o nome de dezenas de políticos do cenário nacional. Os depoimentos são aguardados com apreensão no meio político. A expectativa é que mais de uma centena de nomes ligados a partidos da situação e da oposição sejam citados pelos empresários.
Entre os executivos que finalizaram o acordo de delação está Pedro Novis, ex-diretor da empreiteira entre 2002 e 2009. Ele sucedeu a Emílio Odebrecht no comando da empresa e depois passou o bastão a Marcelo Odebrecht. Com isso, todos os líderes do grupo entre 1991 e 2015, que tiveram conhecimento sobre os atos da empresa, irão a colaborar com a Justiça.
Maior empreiteira do país, a Odebrecht também finalizou nesta quinta-feira o acordo de leniência que prevê o pagamento de R$ 6,8 bilhões por indenização pelo envolvimento em atos de corrupção. O valor deve ser pago ao longo de 23 anos. A multa será dividida entre Brasil, Estados Unidos e Suíça, os três países envolvidos na negociação. O Brasil receberá a maior parcela.
O grupo divulgou ontem uma nota em que pede desculpas ao país por ter participado de atos impróprios. ?Foi um grande erro, uma violação dos nossos próprios princípios, uma agressão a valores consagrados de honestidade e ética. Não admitiremos que isso se repita?, diz o texto.
