Cotidiano

Salário de comando da Unimed-Rio é reduzido a menos da metade

RIO – Após a eleição da nova diretoria da Unimed-Rio, encabeçada por Antonio Romeu Scofano Junior, os cooperados reunidos em assembleia, terça-feira na Barra da Tijuca, decidiram reduzir o salários dos executivos em mais de 50%. Segundo informação enviada aos médicos da cooperativa carioca pelo Conselho Provisório, na diretoria anterior, o presidente recebia R$ 134.906,53 e, a diretoria, R$ 89.984, 07, além de outros benefícios como carros blindados, devolvidos logo após a destituição do comando, em 28 de julho, e a eleição.

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O Grupo 2ª Opinião, liderado pelo médico Claudio Salles, que foi derrotado na corrida pela diretoria da cooperativa, divulgou uma carta aberta aos cooperados em que parabeniza o grupo eleito e destaca a responsabilidade da nova diretoria e a necessidade do apoio de todos à recuperação. ?Não há divisões dentro da cooperativa quando falamos no desejo e compromisso com a recuperação?, diz a nota, que acrescenta, ?entendemos que criticas, como as veiculadas pelo O Globo em 24/08/2016, feitas por grupos pouco representativos sejam inoportunas e não traduzam o momento atual da Unimed?, referindo-se à intenção de ingressar com uma ação judicial para discutir o mandato da nova diretoria e mudanças no estatuto manifestada pela médica Ana Clara Sande, que comanda o movimento de oposição 3ª Via, que não teve chapa concorrendo a eleição.

? Tivemos um dos maiores quóruns para a eleição de diretoria da Unimed de todos os tempos (2.083 cooperados). O processo eleitoral foi feito conforme o estatuto e o regimento interno. A derrubada da diretoria de Celso Barros não era um projeto pessoal de poder, queríamos mudar o rumo da companhia, que precisa de uma condução, controle maior de gasto. Agora, é a hora de apoiar e acompanhar de perto o trabalho dessa diretoria. Precisamos de maior transparência nos gastos e mais participação dos cooperados ? explica o oftamologista Alexandre Bastos, membro do Grupo 2ª Divisão.

Segundo Bastos, a transparência será necessária à nova diretoria inclusive para implementação do plano de aporte que exige uma participação dos cooperados. O médico explica que, inicialmente, previa-se a injeção pelos médicos cooperados de R$ 250 milhões na empresa, em 18 meses.

? No entanto, esse processo foi acelerado e acreditamos que chegaremos a R$ 200 milhões em um ano. O que se sabe hoje é que não se pode passar um cheque em branco para qualquer que seja o comando. A nova diretoria vai ser cobrada e tem a responsabilidade na medida do apoio recebido (foram 64% dos votos). Mas acredito que entre os cooperados há poucos cooperados dispostos a tomar qualquer atitude que possa prejudicar a recuperação da companhia, essa é a prioridade ? ressalta Bastos.