Esportes

Rússia faz último apelo para punição por doping terminar antes da Rio-2016

Um dia antes de sair o veridicto da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) sobre a participação da Rússia na Olimpíada de 2016, as autoridades do país garantiram ter feito “todo o possível” para que a suspensão de competições internacionais chegue ao fim. Embora o ministro de Esportes russo, Vitaly Mutko, diga ter obedecido às exigências de controle de dopagem, a Agência Mundial Antidoping (Wada) voltou a denunciar problemas no país.

Em relatório divulgado na quarta-feira, a Wada acusou agentes do serviço secreto russo de tentarem obstruir o trabalho de fiscais enviados para coletar amostras de atletas olímpicos. Muitos agentes da Wada foram ameaçados de deportação, segundo a entidade.

O conselho da IAAF se reúne nesta sexta, em Viena, para decidir se encerra a suspensão do atletismo russo de competições internacionais. Os atletas da Rússia estão impedidos de participar de torneios desde novembro, quando veio à tona um esquema de doping sistemático coordenado por dirigentes e treinadores. Caso a suspensão não seja encerrada, atletas como Yelena Isinbayeva, bicampeã olímpica no salto com vara, podem se ver impedido de disputar a Rio-2016.

– Fizemos todo o possível. Cumprimos todas as condições solicitadas. O que mais podemos fazer? – questionou Mutko nesta quinta-feira.

'PRESSÃO CONSTANTE' NA IAAF

O ministro de Esportes da Rússia denunciou ainda uma “pressão constante” sobre a IAAF para manter o atletismo do país fora dos Jogos Olímpicos. Nesta quinta, o diretor-executivo da federação de atletismo do Canadá, Rob Guy, enviou uma carta-aberta a Sebastian Coe, presidente da IAAF, pedindo que a Rússia seja mantida fora dos Jogos nas provas de atletismo.

– Reconhecemos um modesto progresso da Rússia, mas sentimos que há pouca evidência de reversão da cultura de doping profundamente enraizada na federação russa de atletismo – escreveu Guy.

Os atletas russos, por sua vez, enviaram uma carta ao presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, pedindo seu apoio para que eles possam disputar a Olimpíada. Mesmo se a IAAF mantiver a punição, a palavra final sobre a participação nos Jogos é do COI. Isinbayeva foi uma das atletas que criticou o rigor da IAAF.

– Entendo que a IAAF precise tomar ações fortes contra o doping, mas não seria justo proibir a mim e a outros atletas limpos de competir. São atletas que provaram repetidamente serem inocentes – afirmou Insibayeva.