Cascavel – Às vésperas de um reajuste do valor do transporte coletivo, que deve ser o menor em três anos, as empresas Capital e Pioneira tiveram, de 2014 e 2016, uma redução significativa no número de passageiros a bordo. De acordo com um levantamento solicitado por O Paraná à Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito), de 2014 a 2016 a quantidade de passageiros caiu mais de 13%.
Em 2014, por exemplo, usaram o transporte coletivo em Cascavel 23.787.232 pessoas, sendo que deste total somente 18.707.888 pagaram a totalidade do valor da passagem. O restante, 21,3%, possuíam algum tipo de benefício, ou a gratuidade ou o meio-passe concedido aos estudantes. Em reais significa dizer que dos R$ 61,8 milhões que deveriam ser arrecadados, 26,9% ficou como benefício os passageiros que possuem benefícios, resultando em R$ 48,6 milhões às empresas responsáveis pelo transporte coletivo em Cascavel.
Já em 2015, quando o valor da passagem passou dos R$ 2,60 para R$ 2,90 (reajuste de 11,54%), foram 21.427.596 usuários, porém 4.210.701 com gratuidade e outros 1.487.232 estudantes, ou seja, dos R$ 62,1 milhões que os pagamentos gerariam, caso fossem integrais e sem benefícios, entraram para os cofres das empresas R$ 47,7 milhões.
No ano passado, quando o valor da passagem foi reajustado em 13,79%, passando para R$ 3,30, foram 20.597.074 passageiros durante todo o ano, sendo 1.731.318 estudantes e 4.393.132 com gratuidade. Em valores deveriam ser arrecadados R$ 67,9 milhões, mas efetivamente foram R$ 50,7 milhões.
Somando-se o total arrecadado, em três anos as empresas Pioneira e Capital faturaram contabilizaram em seus cofres R$ 147 milhões.
A reportagem de O Paraná entrou em contato com a assessoria de imprensa das duas empresas responsáveis pelo transporte coletivo em Cascavel questionando sobre os investimentos, gastos em geral e pagamento da folha, porém, a assessoria disse que as empresas não falarão sobre as questões financeiras ou econômicas ligadas ao faturamento dos contratos com o Município de Cascavel.
Índice
Segundo a Cettrans, o reajuste solicitado pelas empresas, de 7,57%, é o menor desde 2013, quando as empresas do transporte coletivo conquistaram um incremento de 4% no valor da passagem, que passou a vigorar em 2014. Em 2015 o reajuste concedido foi de 11,54% e no ano passado o aumento foi de 13,79%. As empresas querem uma tarifa de R$ 3,55, mas a Cettrans indica R$ 3,45.
