Cotidiano

Proibidas de brincar em edifício, crianças protestam em condomínio em Brasília

BRASÍLIA ? Em tempo de manifestações, nem mesmo as crianças deixam de levantar a voz para cobrar seus direitos. Nesse caso, vale gritar ou bater tambor. Hoje, até fazer birra era aceitável. Quanto mais barulho, melhor. A algazarra é para protestar contra o condomínio do bloco H da 312 sul, em Brasília, que proibiu a criançada de brincar no pilotis do edifício.

A proibição é problemática porque os prédios de Brasília não podem ter grades. Todo o vão livre dos blocos é aberto por lei. Mudanças não podem ser feitas porque a cidade é tombada patrimônio histórico da humanidade.

Essa proibição do condomínio do bloco H ocorreu justamente na quadra conhecida como ?quadra do Supremo? por ter prédios funcionais da Justiça. O apartamento que abriga o presidente da Suprema Corte fica no bloco em frente ao do protesto.

Além de fazer barulho, os pequenos podiam pintar o rosto, pular corda, comer pipoca ou algodão-doce, ganhar balão, correr, desenhar, fazer papel-machê ou qualquer outra atividade planejadas pelos pais.

A manifestação foi marcada no Facebook depois de divulgada a proibição. Segundo uma moradora, que preferiu não se identificar, nunca foi explicitado o veto de brincar embaixo do bloco. No entanto, ela comemora a mobilização das crianças:

? É importante aprender a lutar por seus direitos. Brincar no pilotis é uma tradição de Brasília. Qualquer coisa, a gente troca o granito e coloca um mais barato.

Enquanto dizia isso, crianças de patinete e pais de skate deslizavam sobre o granito. Esse tipo de piso é muito comum nos blocos do Plano Piloto.

Manifestações infantis têm sido cada vez mais constantes em Brasília. Ganharam força em junho de 2013, quando o Parque da Cidade foi cenário para protestos dos pequeninos contra a corrupção.

? Tomara que essa não tenha gás de pimenta ? falou uma criança ao chegar ao protesto.