Cotidiano

PF de Curitiba indicia Sérgio Cabral e mais duas pessoas

CURITIBA – Pela primeira vez, a Polícia Federal de Curitiba indiciou o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), seu braço direito e ex-secretário de governo, Wilson Carlos, e Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, o Carlinhos, apontado como um dos operadores do esquema. O delegado Marcio Ancelmo, da Força-Tarefa da Lava-Jato, afirma que Cabral teria recebido R$ 2,7 milhões em propinas.

O inquérito foi concluído na noite de terça-feira. Cabral, Wilson Carlos e Carlinhos estão sendo investigados pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Segundo a PF, o trio teria cobrado propina em contratos da Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão para a construção do Complexo Petroquímico de Itaboraí.

O delegado aponta que o contrato foi firmado em 2008 por R$ 819,8 milhões. No entanto, após receber uma série de aditivos, o valor da obra saltou para R$ 1.179.845.319,30 bilhão.

O delegado também aponta pagamento de propina em outras obras como da reforma do Maracanã para a Copa de 2014 e do mergulhão de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Ancelmo aponta que o esquema teria movimentado o dinheiro da propina em espécie. Segundo o delegado, o recurso teria sido ocultado por meio da compra de bens e serviços em dinheiro vivo por Cabral, Carlinhos e Wilson Carlos.

Cabral foi preso pela operação Lava-Jato no Rio em 17 de novembro acusado receber propinas milionárias em contratos públicos. O prejuízo é estimado em mais de R$ 220 milhões.