Cotidiano

Pesquisa CNT: Estado tem 52% de rodovias precárias

Resultado de pesquisa mostra que 3.136 km não estão adequados para o transporte

Capitão Le}onidas Marques – O panorama da malha rodoviária no Paraná mostra que a maior parte das estradas não está em condições adequadas para o transporte e a necessidade da ampliação de investimentos no processo de manutenção deste que é o principal modal rodoviário das cadeias produtivas em todo o País.

Pesquisa realizada pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes) avaliou a extensão de 5.996 km no Estado e deste total, 52%, ou seja, 3.136 km apresentam algum tipo de deficiência. O estudo revela pela categoria de estado geral que 33,3% das vias são regulares, 17% são classificadas como ruins e 2% péssimas.

As condições degradadas são visíveis, sobretudo, nas rodovias em que não há praças de pedágio, a exemplo da BR-163. A duplicação da estrada é uma reivindicação antiga de motoristas que aguardam por melhores condições de tráfego e segurança. A rodovia já passou por manutenção, mas em alguns pontos, no trecho que liga a cidade de Cascavel a Capitão Leônidas Marques, os problemas retornaram.

“Pelo menos, deveriam fazer acostamentos. Motoristas percorrem o trecho e enfrentam dificuldades. A deficiência da rodovia é muito maior do que a divulgada por essa pesquisa”, afirma o presidente do Sindicam (Sindicato dos Caminhoneiros de Cascavel), Jeová Pereira.

A construção de pista dupla de Toledo a Guaíra e a duplicação da BR-277, entre Foz e Guarapuava, também são esperadas pela categoria.

“O governo deveria dar uma atenção maior à nossa região. Acreditamos que 30% da produção agrícola de todo o nosso País vem daqui, por isso é fundamental conseguirmos estradas adequadas para escoamento de safras”, ressalta o sindicalista.

A CNT percorreu e avaliou mais de 100 mil quilômetros de rodovias pavimentadas no Brasil, um acréscimo de 2.288 km comparado a 2014. Em 2015, 57,3% da extensão total avaliada apresentaram algum tipo de deficiência, seja no pavimento, na sinalização ou na geometria da via; 6,3% encontram-se em estado péssimo, 16,1% ruim e 34,9% regular.

Piores resultados

Entre as rodovias estaduais que cortam a região Oeste, a PR-180 teve a pior avaliação com estado geral, pavimentação e sinalização considerados ruins e geometria da via péssima. A extensão pesquisada pela CNT foi de 21 km. A PR-182 aparece na sequência com estado geral e pavimento ruins e sinalização péssima, e as PRs-323 e 317 com avaliação geral regular.

A BR-163, uma das principais do Estado e que passa também por MS, MT, PA e SC foi avaliada como regular, resultado também atribuído à BR-467. Já as BRs – 277 e 369 apresentaram estado geral bom.

Boas condições no PR

Foram consideradas ótimas 10,9% das estradas que cortam o Paraná (656 km) e 33,3% delas (1.997 km) são boas. Ao todo, 51 rodovias – entre estaduais e federais – integram a pesquisa. O resultado aponta o Estado como o primeiro da região Sul com melhores rodovias. A média paranaense supera as notas regionais brasileiras do Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

Santa Catarina está em segundo lugar com 38,3% das rodovias em ótimas e boas condições; 36,4% estão regulares; e 25,2% em condições ruins e péssimas. Já o Rio Grande do Sul está com 26,4% da malha viária em ótimas e boas condições; 49,2% regulares; e 24,4% ruins e péssimas.