Cotidiano

Peru deve aprovar venda de fatia da Odebrecht em gasoduto para a Sempra

2016 899135045-2016 899038633-odebrecht.jpg_20160328.jpg_20160329.jpgLIMA – O governo do Peru deve aprovar a venda da participação da brasileira Odebrecht em um projeto milionário de gasoduto no país que seria adquirida pela americana Sempra, disse neste domingo o presidente Pedro Pablo Kuczynski.

Kuczynski afirmou que o governo não interveio na venda do projeto de gasoduto de 1.134 quilômetros de extensão, mas deve aprová-lo em breve.

Um consórcio liderado pela Sempra está em negociações ?exclusivas? para comprar a participação da Odebrecht na operação do projeto de gasoduto de US$ 5 bilhões que seria instalado ao sul do país.

? Basicamente, a Odebrecht teria que vender (suas ações) porque os bancos não queriam aprovar a construção feita por eles, há outros sócios como (a peruana) Graña Y Montero e (a espanhola) Enagás que permanecem, e entraria a Sempra ? disse o presidente a jornalistas na região peruana de Tacna.

Kuczynski afirmou que junto com a Sempra entrará no projeto do gasoduto ?com uma pequena participação uma construtora chamada Techint, que já tem muita experiência aqui?.

A Odebrecht, a maior empresa de construção e engenharia da América Latina e que está envolvida nas investigações sobre corrupção da Operação Lava-Jato no Brasil, busca vender esse projeto no Peru e parte de seus ativos na região para levantar recursos e pagar dívidas.

Uma fonte que trabalha para a Techint e que prefere não se identificar disse na sexta-feira que se as negociações forem bem-sucedidas, Sempra comprará perto de 50% da participação da Odebrecht na operação do gasoduto, e Tecpetrol ? unidade do grupo de capital argentino Techint ? ficará com outros 5%.

Além disso, a Techint irá comprar a participação de 71% da Odebrecht em uma empresa responsável pela construção de um oleoduto, afirmou essa fonte.

A venda do projeto da Odebrecht acontece em um momento em que um grupo de bancos negocia um empréstimo de US$ 4,12 bilhões para financiar o duto, considerado chave porque permitiria a criação de um polo petroquímico e abasteceria com energia grandes mineradoras que operam no país andino.

Atualmente, o projeto do Gasotudo Sul Peruano, uma concessão de 34 anos para construir e operar o duto, é administrado pela Enagás SA, que tem 25% de participação no empreendimento. Graña y Monero tem 20%.