Cotidiano

Padilha: 'Foi preparado um processo em que Temer e Loures caíram'

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta sexta-feira (2) que Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor do presidente Michel Temer, caiu "em um engodo" ao ser filmado transportando uma mala com R$ 500 mil.

As cenas, gravadas pela Polícia Federal, fazem parte do inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar Loures e Temer a partir da delação da JBS. Nesta quinta (1º), a Procuradoria Geral da República voltou a pedir a prisão do e-assessor e suplente de deputado federal pelo PMDB-PR.

"A versão que nos chegou é que ele caiu em um engodo, que havia a necessidade de gravar ele com essa mala, com esse dinheiro. Foi preparado todo um processo em que ele [Temer] e o Rodrigo caíram. Não se deu conta de que estava sendo utilizado. Ali, o objetivo era só ter a filmagem", afirmou o ministro em entrevista.

O ministro fez a declaração ao ser questionado se o presidente Michel Temer não teria ficado curioso sobre o fato do político ter transportado R$ 500 mil em uma mala.

Padilha argumentou também que o dinheiro foi devolvido e disse que não poderia opinar sobre o motivo pelo qual Rocha Loures pegou a quantia.

"Ele [Loures] é um aliado do Palácio do Planalto. Mas agora o Palácio não pode sair atrás e dar busca dos atos de cada uma das pessoas que trabalham para o governo, e atos que não dizem respeito à sua atuação como representante do governo', afirmou.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Loures é o "homem de confiança" de Temer no contato com empresas e arrecadação de propinas.

Segundo delator da JBS, os R$ 500 mil eram propina paga pela empresa. Temer e Loures são investigados no STF por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça. Na quinta-feira (1), a PGR pediu novamente a prisão do ex-deputado.