A cidade de Curitiba receberá os mais rápidos atletas da canoagem brasileira neste fim de semana, para as disputas da Copa Brasil de Canoagem Velocidade, que será realizada neste sábado e domingo no Parque Náutico do Iguaçu.
Esta é competição mais importante para os praticantes da modalidade nas categorias Júnior e Sênior, pois definirá a seleção nacional que representará o Brasil nos Jogos Sul-Americanos Cochabamba 2018, a ser realizado de 6 a 8 de junho.
Já para os canoístas das categorias menores, a Copa Brasil vale experiência e preparação para o Campeonato Brasileiro, principal evento do calendário para os jovens e que será realizado no mês de agosto na Bahia.
“Individualmente, a Copa Brasil é muito importante porque vale vaga para os Jogos Sul-Americanos, Copa do Mundo, Mundial e para o Pan do fim do ano, que é classificatório para o Pan de 2019. Então, é uma Copa Brasil que vai abrir portas pra essas competições e para o atleta que almeja essas vagas é agora ou nunca”, explica a atleta olímpica Ana Paula Vergutz, do CRC (Clube de Regatas Cascavel).
“Para a equipe a Copa Brasil é boa porque é uma competição na qual alguns de nossos atletas irão competir pela primeira vez, e para os mais novos o Brasileiro é o principal campeonato, então ela serve como base para eles verem como estão, no que precisam melhorar para o Brasileiro. Para a equipe vai ser bom porque estamos indo com mais atletas do que íamos em anos anteriores”, continua Ana Paula.
Ana Paula Vergutz com o troféu de 3º lugar por equipes na Copa Brasil 2017
Veterano, Maehler se diz ansioso antes de competir
Além da distribuição de vagas para competições internacionais, a Copa Brasil de Canoagem Velocidade é uma espécie de recomeço para Roberto Maelher, veterano da modalidade que se diz ansioso para competir.
“É como se tivesse começando tudo de novo, a ansiedade está batendo antes de uma prova que eu disputo há 19 anos e já tinha virado rotina. Hoje já dá um frio na barriga em pensar no momento da largada, em como vai ser, porque tem a renovação, os atletas mais novos hoje estão vindo com tudo e voltei bem próximo da competição. Estou há 65 dias treinando, o que é pouco para chegar e ganhar uma competição deste porte, um campeonato nacional no qual os atletas ficam na sua melhor forma física pra buscar vagas para a seleção e competições internacionais”, diz o canoísta que é medalhista pan-americano e atleta olímpico, mas que se afastou um pouco do esporte para se dedicar à profissão de bombeiro militar, a qual preteriu para ser exclusivamente atleta da canoagem.
“Vou valorizar a experiência de 19 anos, a vontade, a energia e o fato de ter pago este pedágio, renunciado a uma profissão que também era uma grande paixão, o que me dá mais força ainda pra seguir em frente e buscar essa vaga mais uma vez”, diz Roberto, que é o atual vice-campeão brasileiro no K1-1000m.
Vagner Souta Júnior
Outro canoísta olímpico do CRC, Vagner Souta Júnior, que é o atual campeão brasileiro no K1-1000m, vê como motivação o retorno do parceiro de equipe e treinos Roberto Maelher: “saber que ele está de volta e com vontade de vencer é muito bom para o esporte e para mim, pois faz com que eu me esforce ainda mais para seguir em busca de disputar as principais competições pela seleção brasileira”, diz Vagner, que em 2017 representou o País em etapas da Copa do Mundo e no Mundial, e que em quatro anos como canoísta da seleção acumula 40 medalhas de diferentes competições.
Meta ousada na estreia como canoísta sênior
A Copa Brasil de Canoagem Velocidade 2018 não causa sentimento de estreia apenas para novatos no esporte ou em quem regressa à modalidade. Atleta que há alguns anos se destaca em lagos mundo afora, Vitor Hugo Voigt Navarro competirá neste fim de semana pela primeira vez como sênior – a principal da canoagem.
“Neste meu primeiro ano de sênior, para esta competição, o que espero é ficar atrás só do Roberto [Maehler] e do Vagner [Souta] nos 1000m. Talvez, levando em consideração que o Gilvan [Ribeiro] está voltando a remar, e que tem o Celso [Dias]… mas a preferência é que entre os atletas com até 23 anos de idade eu seja o primeiro”, espera Vitor, de 18 anos e que faz tal projeção justamente por ter dois dos principais canoístas do País como parceiro no CRC.
“Não só pelo fato de estar acompanhando eles o tempo todo, mas motiva pelo fato de eles estarem treinando aqui e indo pra Curitiba assim como eu estou saindo daqui. Eles nãoe estão fazendo nada de extraordinário, estão treinando o treino deles e fazendo a parte deles aqui. Ou seja, se eu fizer meu treino aqui, se eu fizer minha parte aqui, eu também posso chegar aonde eles chegaram. Então eu vejo que eles não ‘alienígenas’, são iguais a mim, com braço, perna…”.
Chefe de equipe do CRC, Paulo Vergutz está animado para mais essa edição da Copa Brasil, a qual ele espera boa representatividade de seus canoístas. “Vamos com um número mais de atletas em relação ao ano passado, e nada disso seria possível sem o apoio que temos recebido da secretaria de [Cultura e] Esporte”.
