Cotidiano

ONU: Mais de 300 mil migrantes atravessaram o Mediterrâneo em 2016

GENEBRA ? Mais de 300.000 migrantes e refugiados cruzaram o Mediterrâneo para viajar à Europa desde o início de 2016, afirmou nesta terça-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Segundo a agência, este pode ser o ano com maior número de vítimas fatais em naufrágios caso se mantenha o ritmo atual. A travessia é frequentemente realizada por quem foge da pobreza e das guerras em seus países de origem e busca melhores condições de vida nos países europeus.

? O número de refugiados e migrantes que chegaram às costas europeias superou hoje a barreira dos 300.000 ? declarou William Spindler, porta-voz do Acnur em Genebra.

O número é consideravelmente inferior ao número registrado durante os nove primeiros meses de 2015 (520 mil), mas é superior ao do conjunto de 2014 (216 mil). Quase todos os migrantes e refugiados que atravessam o Mediterrâneo tentam chegar a Grécia ou Itália.

De acordo com o Acnur, 3.211 pessoas morreram ou são consideradas desaparecidas no Mediterrâneo desde janeiro. O número de mortos é 15% inferior ao total de vítimas fatais em 2015.

? Neste ritmo, 2016 será o ano mais letal para o mar Mediterrâneo ? disse Spindler.

O Acnur indica que 48% dos migrantes que chegam a Grécia são sírios, 25% afegãos, 15% iraquianos, 4% paquistaneses e 3% iranianos. Na Itália, 20% dos que chegam pelo mar são da Nigéria, 12% da Eritreia e outros 7% de Gâmbia ? o mesmo percentual registrado para Guiné, Sudão e Costa do Marfim.

O acordo concluído em março entre a União Europeia (UE) e a Turquia provocou a redução do número de chegadas às ilhas gregas do Egeu próximas à costa turca. Em 2015, milhares de pessoas em fuga de conflitos chegavam diariamente a estas ilhas, sobretudo procedentes da Síria.