Cotidiano

?Nossa sentença é perpétua?, diz mãe de Alex Schomaker

RIO – Por meio de uma mensagem no celular, a jornalista Mausy Schomaker recebeu a notícia da condenação dos dois assassínios de seu filho Alex Schomaker, morto no dia 8 de janeiro do ano passado, em um ponto de ônibus na Rua General Severiano, em Botafogo. Em entrevista ao GLOBO, com a voz embargada, ela elogiou o trabalho da polícia e da Justiça ao identificar e punir os responsáveis pelo crime que, nas suas palavras, jamais irá esquecer.

? Nossa sentença é perpétua. Não existe Justiça no caso do Alex. Perder o filho desse jeito é um pedaço da gente que se vai ? afirmou Mausy, relatando a dor que carrega no peito. ? Passa Natal, ano novo, dia dos pais, dia das mães, e ele não está aqui com a gente. Mas agora temos certeza que a Justiça foi feita, a lei foi seguida corretamente, sendo dado o direito de defesa para eles.

Os dois acusados, Anderson Leandro Bernardes e Willian Augusto Nogueira, foram condenados a 28 anos de prisão, nesta terça-feira, pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte). Alex tinha 23 anos, quando levou sete tiros disparados pelos bandidos, que estavam em uma moto. Tinha ido jantar com a namorada e amigos após sair da universidade. Menos de 15 minutos antes de ser baleado, mandou uma mensagem por celular para a mãe: ?Estou indo para casa?. No entanto, quem bateu à porta de Mausy logo depois, foi a polícia, avisando o que tinha acontecido:

? A gente estava em casa, esperando nosso filho, mas acabamos recebendo a notícia de que ele estava morto. É uma ferida que não dá para medir e não fecha ? afirma.

O pai de Alex, Andrei Bastos, contou que a notícia da condenação o fez reviver os momentos que vieram após sua morte.

? Revivi tudo: quando recebi a notícia da morte dele, quando fui buscar as coisas dele na delegacia, quando fui ao funeral dele. Fiquei tentando assimilar a condenação de uma forma racional e senti um conforto ao perceber que fui muito bem acolhido pelas pessoas ao meu redor. Senti gratidão pelo que a polícia e a Justiça fizeram para resolver esse crime. Nos atenderam muito bem e trabalharam com muito empenho. Estávamos desejando a maior condenação dentro do nosso sistema jurídico e foi o que aconteceu. Fizemos de tudo o que estava ao nosso alcance ? disse.

A pracinha onde tudo ocorreu ganhou o nome de Alex Schomaker Bastos. O ponto de ônibus, pintado de branco, ganhou uma estante de livros. Agora, Mausy deseja que a ideia seja replicada em outros pontos da cidade.

? Só a educação salva ? completa.