Esportes

Mulheres dominam o adestramento nos Jogos

RIO – No balé equestre, elas dão as cartas. No único esporte em que não há diferenças de gênero, na modalidade do adestramento, que começou nesta quarta-feira, em Deodoro, as mulheres dominam o palco, ou melhor, a arena. E não é de agora. Em Londres-2012, o pódio for formado por três amazonas. Explicações para o poderio feminino são inúmeros. Há quem considere apenas uma tendência, ou perceba algumas características preponderantes para o controle do animal, como paciência e delicadeza.

– O adestramento é um esporte muito elegante, comparável com o balé e a dança. Por isso, eu acho, que há mais mulheres do que homens nas competições internacionais – diz a alemã Jessica von Bredow-Werndl, terceiro lugar na Copa do Mundo de Hipismo, em Gotemburgo, em Suécia, no início do ano.

Na equipe brasileira, a divisão é igualitária: dois meninos e duas meninas. A amazona Luiza Tavares não acredita que há uma preponderância de um gênero sobre o outro na modalidade.

– No Brasil, o índice de homens é maior que mulheres, mas no exterior isso muda. Não dá para saber qual motivo exato para isso. A paixão pelo esporte e pelo animal é o mesma, o vínculo é o mesmo – afirma.

Se não há explicação muito clara sobre a preferência feminina pelo esporte, a escolha do gênero do animal tende pelos machos. O motivo é simples: as éguas são mais difíceis de controlar, mas não quer dizer que não sejam aptos para o adestramento.

– A percentagem de macho ou garanhão é muito maior do que fêmeas. Realmente, as fêmeas são mais temperamentais, porém uma boa fêmea tem condições de ganhar de macho ou de garanhão. Um bom animal independe de raça ou gênero. Porém, montar égua é um pouco mais difícil, assim como é mais difícil montar um garanhão do que um cavalo castrado. Esses são um pouco mais à flor da pele, e podem perder um pouco na parte da concentração. Eu sempre montei garanhão, gosto desse sangue vivaz – explica Luiza.

A americana Laura Graves, que está em sua primeira Olimpíada, afirma que o mais importante é encontrar a sintonia perfeita.

– Frequentemente, vamos ver atletas que são atraídos para um determinado tipo de equino, mas o fundamental é fazer uma parceria com um animal cujo temperamento você goste e que sejam capazes de se comunicar um com o outro – diz Laura, que monta o castrado Verdades.

No primeiro dia de competição, apenas dois brasileiros foram à arena. Pedro Almeida Tavares/Xaparro do Vouga, ficou em 24º, e Giovana Prado Pass/Zyngaro de Lyw, em 20º. Nessa primeira fase, o Brasil terminou no último lugar, em 11º.