Ser expulso de casa, ameaçado, sofrer violência física e psicológica pelos familiares ainda é uma infeliz realidade para muitos jovens gays, lésbicas, transexuais e travestis em Cascavel. Mas essas pessoas terão um lugar para chamar de seu a partir do dia 7 de abril. A república Das Cores foi idealizada como uma casa de cultura, oficinas, cursos, feira, mas também se prepara para acolher jovens rejeitados pela família.
Um dos idealizadores, o professor Jeff Kaibers, explica que a casa irá contar com diversas atividades não só para esses jovens para também para toda a comunidade. “Uma das atividades que queremos fazer é uma feira de economia solidária, essa feira será para pequenos produtores venderem seus produtos por preço acessível. É um serviço para a comunidade mesmo.” planeja.
Além da feira a casa irá promover oficinas de arte e música, saraus e rodas de conversa com pais sobre o tema diversidade. O massoterapeuta David também é um dos idealizadores. Ele veio de Foz do Iguaçu há dois meses e será um dos moradores fixos da casa. “Já vivi esta situação de não ter para onde ir também. Faço parte do grupo de apoio e espero que consigamos ajudar muitos jovens com esta iniciativa”.
Regras
jovem acolhido não poderá ser menor. “Se a pessoa que nos procurar for menor o combinado é que procuremos a rede que envolve o conselho tutelar e o Creas 1 que tem estrutura para lidar com estes casos, que geralmente também envolvem violência e abuso” explica o professor Jeff. morador não precisará arcar com nenhuma despesa, no entanto só poderá permanecer na casa por até três meses, neste tempo ele receberá capacitação e ajuda para ser reinserido no mercado de trabalho. Para isso o grupo de idealizadores da República das Cores também criou o selo Parceiros da Diversidade que conta com a parceria de aproximadamente dez empresas em Cascavel que contratam estes jovens.
Apoio
A República das Cores tem o apoio do Conselho Regional de Psicologia, da APP Sindicato e do Cedip para oferecer suporte jurídico, psicológico e ajuda para jovens que sofrem preconceito dentro da própria família. Para custear a casa, num primeiro momento os gastos serão divididos entre alguns responsáveis que também irão morar no local. No entanto, futuramente o abrigo dependerá também de doações de dinheiro e alimentos. A casa está sendo reformada para ser inaugurada no dia 07 de abril e neste momento também precisa de doações de materiais e tintas. Quem quiser doar pode entrar em contato pelo telefone (45) 9 9941 2125.
