Cotidiano

Miguel Reale diz que provas contra Dilma são ?acachapantes?

BRASÍLIA – Um dos autores da acusação de impeachment da presidente Dilma, Rousseff, o jurista Miguel Reale Júnior foi irônico ao comentar a tentativa dos aliados da petista de querer suspender a sessão do Senado por causa de denúncias envolvendo o presidente interino, Michel Temer, na operação Lava-Jato. O jurista lembrou que as denúncias atingem em cheio o PT e a presidente afastada Dilma Rousseff. Ele lembrou as declarações do marqueteiro João Santana sobre as doações de campanha.

? Seria muito que os seus partidários trouxessem para dentro do impeachment a Lava-Jato. A participação da presidente como a madrinha dos diretores da Petrobras, ela conhecedora dos fatos. Que bom seria! Mas eles não quiseram isso. É muito bom. Vamos pegar o fato recente do seu marqueteiro dizendo que ela não só sabia da propina da Petrobras, como ela organizou que a propina do PT alimentasse a campanha no Brasil e no exterior.

Para ele, as provas contra Dilma são irrefutáveis.

? Os elementos de prova são acachapantes contra a presidente Dilma. Os fatos estão comprovados e não são isolados. Houve uma ocultação deliberada, consciente das finanças públicas para levar a essa débacle (queda, falência) econômica. Estamos nessa situação calamitosa do país. Ou ficamos na escuridão pu nos abrimos para a luz ? disse ele.

Já o relator do processo de impeachment, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), rebateu os argumentos do PT ao afirmar que o processo está circunscrito a quatro fatos: três decretos orçamentários e a questão da pedalada fiscal envolvendo o Plano Safra.

? Estamos tratando de crimes inerentes a 2015, sobre questões orçamentárias ? disse Anastasia.