Já foi bem mais intrincada a relação do Governo do Paraná com as universidades estaduais desde a exigência que elas se integrem ao Meta 4, programa que visa a dar mais transparência aos gastos públicos, sobretudo dos salários dos servidores.
Os reitores das sete universidades estaduais estiveram reunidos até quase 22h de terça-feira, no Palácio Iguaçu, com o governador Beto Richa, os secretários Mauro Ricardo (Fazenda) e Deonilson Roldo (Gabinete e Comunicação) e o líder do governo na Assembleia, deputado Luiz Cláudio Romanelli, e de lá saíram com um novo entendimento sobre o assunto.
“Avançamos na negociação para o fornecimento de informações por parte dessas instituições”, afirmou o governador em referência às três instituições (UEL, UEM e Unioeste) que ainda resistem ao programa, que faz a gestão da folha de pagamento de todos os órgãos públicos estaduais.
Ficou acertado que os reitores e o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes, vão iniciar imediatamente a discussão sobre proposta para a implantação de um novo modelo de autonomia para as universidades estaduais, que deverá ser apresentado em até 90 dias e levar em conta outras experiências já em curso, como as das universidades de São Paulo, Goiás e Santa Catarina. Paralelamente, UEL, UEM e Unioeste devem reunir seus conselhos universitários para apresentar as propostas e iniciar a transmissão de informações solicitadas.
100 MIL ESTUDANTES
As sete universidades mantidas pelo Governo do Paraná são gratuitas e abrigam cerca de 100 mil estudantes. Desde 2010, a folha de pagamento delas apresentou crescimento de 144,2% contra inflação acumulada de 50,37% pelo IPCA. Por outro lado, o orçamento nominal dessas instituições, com recursos repassados pelo Tesouro Estadual, saltou de R$ 871 milhões em 2010 para R$ 2,014 bilhões em 2016, com aumento de 131%. Considerando outras receitas, o orçamento total passou de R$ 1,194 bilhão para R$ 2,620 bilhões no mesmo período.
