Biógrafo de Messi, o jornalista espanhol Guillem Balagué disse que o jogador se sente um estrangeiro na Argentina, e essse sentimento pode estar por trás também da decisão do craque de abandonar a seleção. Após a derrota para o Chile nos pênaltis, quando errou sua cobrança, o atacante anunciou que só jogará por seu clube, o Barcelona. Desde então há na mídia argentina um movimento para tentar fazê-lo voltar atrás.
Messi e a crise com a AFA na Argentina
– Quando se diz que se lhe pagassem em euros ele jogaria melhor, porque não joga bem com a seleção e sim com o Barcelona… ele quase se sente um estrangeiro na Argentina, às vezes. Devido, eu creio, a uma minoria muito pequena, mas ruidosa, todas essas coisas doem, e vão pesando – opinou o jornalista, que está na França para a cobertura da Eurocopa, em entrevista ao “Clarin”, diário argentino.
Autor da única biografia autorizada do jogador, intitulada “Messi” e publicada em 2014, Balagué revelou que já em 2011, quando a Argentina foi eliminada nas quartas de final da Copa América, o astro do Barcelona pensou em deixar a seleção, como agora.
– O convenceram do contrário na ocasião, mas acabou sendo um aquecimento para o que houve agora – contou.
Segundo o autor, perder três finais seguidas (Copa América em 2015 e 2016 e a Copa do Mundo de 2014) foi um esforço psicológico e físico grande para o jogador, de 29 anos.
– Essa mesma paixão que eles têm (na Argentina ) aos extremos é que obriga a seleção a ganhar tudo. É uma exigência que eu acho boa se certos limites não foram ultrapassados, limites que têm sido muito frequentemente ultrapassados no caso de Leo – comentou. – Disseram muitas coisas erradas sobre ele, o acusaram de um monte de coisas que lhe doeram muito – destacou Balagué.
O jornalista arrematou ainda:
– De repente descubrimos que nossos heróis não são infalíveis e acabam, às vezes desaparecem de cena. É a sensação que tenho com Leo.
